“S. Pedro”, de Vasco Fernandes, o Grão Vasco.
Iconograficamente este quadro tem uma leitura mais ou menos fácil. A figura do apóstolo impõe-se pela expressividade da sua centralidade entronizada. O seu olhar é vivo e inteligente, como há-de convir ao representante de Deus na terra. Transparece uma eloquência ministrada por todos aqueles atavios, que garante ao espectador estar em presença de um chefe poderoso e terreno, que zelará pela eficácia dos desígnios da cristandade (seja lá isso o que for).
Há uma escolha da monumentalidade da figura que está enquadrada pelas representações simétricas laterais e que relatam episódios alusivos à cena da vocação de Simão à esquerda e a cena do Quo Vadis? à direita.
Está patente uma luminosidade intensa que delas emana, e que lhe acrescenta um cromatismo difuso de tons variados que consolida a forte ligação entre os planos.
Grão Vasco
1475-1542
Vasco Fernandes, mais conhecido por Grão Vasco, é considerado o principal nome da pintura portuguesa quinhentista.
A primeira referência a Vasco Fernandes ocorreu em 1501, quando se iniciou a feitura do grande retrato da capela-mor da Sé de Viseu.
A maior parte das suas pinturas suas estão expostas no Museu Grão Vasco, em Viseu.