Técnico de Agricultura, o novo chefe de Estado tem 75 anos e é pai de 25 filhos. Já foi por duas ocasiões primeiro-ministro em Governos de iniciativa presidencial e é um histórico da política em São Tomé e Príncipe. Desde sempre apoiante da família Trovoada, chegou a ser chefe de gabinete de Miguel Trovoada (o primeiro Presidente democraticamente eleito).
Evaristo Carvalho, eleito à primeira volta, foi apoiado pelo partido no poder, Ação Democrática Independente (ADI). Ao longo da campanha, prometeu ajudar o Governo de Patrice Trovoada “no rumo político para o país”. Às críticas sobre o risco de um poder absoluto nas mãos da ADI, o vencedor das presidenciais responde que “não é coisa nova” e “a concentração de poderes acontece em toda a parte do mundo”.
Manuel Pinto da Costa falha segundo mandato
Evaristo Carvalho obteve 50,1 por cento dos votos, contra 24,8 por cento de Manuel Pinto da Costa, actual Presidente, que concorria a um segundo mandato. Com 24,1 por cento seguiu-se Maria das Neves (apoiada pelos partidos da oposição parlamentar).
Em número de votos finais, Evaristo Carvalho obteve 34.629 votos, Manuel Pinto da Costa 17.121, seguindo-se Maria das Neves com 16.638, Manuel do Rosário com 488 e Hélder Barros com 194.
O candidato apoiado pelo Governo, também foi o mais votado na diáspora são-tomense em Portugal com 37,7 por cento, o que corresponde a 324 votos. Segundo dados apurados pela Comissão Eleitoral Nacional de São Tomé e Príncipe e citados pela Lusa, Evaristo Carvalho ficou à frente de Maria Neves, do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), que contou com 312 votos, ou seja, 36,3 por cento dos votos escrutinados.
Ainda nas mesas de voto em Portugal, na terceira posição surge Manuel Pinto da Costa, com 213 votos (24,8 por cento). Manuel do Rosário alcançou 1,2 por cento do total de votos, enquanto Helder Barros obteve 0,1 por cento.
Numa democracia que comemora 25 anos de existência e que não se livra de suspeitas de compras de votos, existem 111.222 eleitores registados, com a grande maioria (39.209) registada na capital e dez mil na diáspora. Além de São Tomé e Príncipe, estiveram instaladas mesas de voto em Portugal (4.240 eleitores registados), Angola (3.914), Gabão (1.676) e Guiné Equatorial (228).