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Terça-feira, Dezembro 24, 2024

A saúde pública no Brasil é sustentável?

Alexandre Mello
Alexandre Mello
Pesquisador em inovação aberta e tecnologias sociais

O Dr. João Ricardo Yamasita é médico brasileiro, especialista em Medicina de Família e Comunidade, Homeopatia e Acupuntura. Tem vasta experiência com as práticas da Medicina Complementar ou Alternativa (MCA), e recomenda serem incorporadas ao sistema convencional, compondo uma Medicina Integrativa (MI) para a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para corrigir o sistema vigente, para estimular a virtuosidade de uma “Medicina da Saúde” e suscitar desde já uma onda de sustentabilidade no SUS, através de abordagens salutogênicas:

  1. nas faculdades de medicina, incentivar uma visão humanística, integrativa, centrada no paciente e na saúde;
  2. na pesquisa, fomentar o financiamento em tratamentos por vias mais naturais de cura, notadamente as técnicas mente-corpo, a Medicina do Estilo de Vida, e a Energy Medicine;
  3. multiplicar as experiências de MI / MCA na rede SUS.

O Dr. Yamasita utiliza como metáfora para o SUS Sustentável, a Indústria de Renováveis. A saúde pública tanto quanto as energias limpas não podem depender da falta de interesse dos “donos do poder”. No modelo industrial, as empresas não investem em algo que pode significar prejuízo a seus “negócios”.

A indústria da saúde, que se acostumou a viver da doença, terá sérias restrições para prosperar tanto quanto a velha indústria de energia, que sempre viveu da poluição.

O desafio é concretizar o SUS como modelo descentralizado de atendimento em saúde primária, voltado para geração de saúde, ofertas biopsicossocial e espiritual, e estados de bem-estar alcançáveis através de meios rápidos, suaves e inócuos, na mesma medida em que o desafio dos renováveis sinaliza novos estados de energia distribuída para todos, com fartura solar e eólica.

A Ozonioterapia no Brasil

Na conversa que mantivemos, o Dr. Yamasita trouxe o caso da Ozonioterapia. Como substâncias encontradas na natureza não podem ser patenteadas, existe pouco interesse das indústrias farmacêuticas em investir em pesquisas sobre os tratamentos por métodos naturais (a vis medicatrix naturae), por não serem lucrativas.

Tal falta de interesse deveria ser compensada pelo fomento das agências governamentais para os tratamentos eficazes e de baixo custo, pois reveste-se de importância para a saúde pública.

Yamasita esclarece que os tratamentos com gás ozônio (molécula O3), conhecidos desde a WWI no atendimento aos feridos no campo de batalha europeu, estão entre os carros-chefes na Medicina de muitos países, como Alemanha, Itália, Rússia. Nos EUA, alguns Estados reconhecem. Na América Latina, muito difundida no México, Cuba, Costa Rica, Países Andinos e na Argentina.

O Brasil se preocupou em “importar” mais médicos cubanos, mas não o principal tratamento popular do país, cuja Medicina é de referência.

A aplicação da ozonioterapia no Brasil, feita em clínicas particulares, segundo os protocolos da Associação Brasileira de Ozonioterapia – ABOZ, tem indicação para mais de 200 patologias, inclusive anticâncer.

Atua direto na mitocôndria celular, trazendo energia.

Estimula o sistema imunológico, resolve problemas de cicatrização, é o bactericida mais eficaz que se tem notícia, tem efeito oxidativo altíssimo, acabando com o ambiente anaeróbico propício à tumorização.

“Uma substância com tantos benefícios deveria estar disponível na saúde pública, certo?”

Eis a pergunta que o Dr. Yamasita se faz.

O fato é que não está, apesar da abundância de evidências internacionais.

A ABOZ, da qual o doutor é médico associado, tem feito a sua parte, protocolando no Ministério da Saúde, Anvisa e Conselho Federal de Medicina, diversas solicitações para que o tratamento venha a ser reconhecido formalmente, quando poderá ser utilizado amplamente no Sistema Único de Saúde – SUS.

Até que isso ocorra, a aplicação de ozônio medicinal continua não sendo abordada nas faculdades de medicina, salvo nos estudos específicos, ainda tratado como procedimento experimental – onde é exigida a anuência formal do paciente –, e com escala de utilização restrita.



Depoimento pessoal

Como usuário, assino duas ou três comunidades de saúde nas redes sociais e participo de um grupo de medicina integrativa no whatsapp, coordenado pelo Dr Yamasita. Uma das melhores escolhas de minha vida está sendo conviver com pessoas da área de saúde que têm a mente aberta para debater sobre a causa das doenças, sem ignorar os problemas e os dogmas da própria Medicina. Os médicos e demais profissionais integrativos, e os que buscam autonomia em saúde precisam ser capazes de atuarem juntos, em grupos sociais e digitais de promoção de saúde. O que mais as pessoas precisam é de esclarecimento sobre alimentação, prevenção e procedimentos não invasivos, sem esquecer dos debates em alto nível.


O autor escreve em português do Brasil

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