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Domingo, Dezembro 22, 2024

Saúde Social e Bem-Estar

Isabel Rodrigues
Isabel Rodrigues
Escritora, licenciada em Psicologia Clínica, Poeta, Contista, Ensaísta, Assistente técnica

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A Comissão Bruntland (WHO, 1987) propunha que a definição de saúde da OMS deveria ser:
Saúde é um estado sustentável de bem-estar físico, mental e social total, e não ser apenas a ausência de doença e incapacidade.

A saúde vista pelas pessoas comuns

Saúde como não estar doente – esta era a descrição mais comum de saúde, ou seja, saudável seria aquele que não sofria de nenhuma doença, não tinha sintomas, não ia ao médico.

Saúde como ausência de doença /saúde apesar da doença – nesta perspectiva as pessoas saudáveis eram-no porque não tinham doenças graves ou doenças que as levassem ao hospital. Incluía ainda pessoas que tinham doenças crónicas (p.e. diabetes) mas que funcionavam e se sentiam bem.

Saúde como reserva – referia-se às situações em que as pessoas quase adoeciam mas recuperavam rapidamente porque tinham uma boa reserva de saúde;

Saúde como comportamento, saúde como uma vida saudável, abrangia aqueles que tinham comportamentos virtuosos de saúde (p.e não fuma, não bebe, é vegetariano, faz exercício);

Saúde como capacidade física – nesta vertente, a saúde é vista como força, poder atlético, capacidade para praticar desportos ou actividades extenuantes;

Saúde como energia, vitalidade – combina a existência da capacidade física com a sensação de energia e vitalidade;

Saúde como relação social – a saúde implica sair e estar com as pessoas participar em eventos sociais, ser membro de grupos sociais, participar em grupos desportivos, de teatro, igreja e outros;

Saúde como capacidade funcional – implica uma ideia de saúde como capacidade de fazer as tarefas do dia-a-dia, seja trabalho árduo durante muito tempo, seja no domínio social ou outro;

Saúde como bem-estar psicossocial – está próxima de uma fusão dos últimos três modos de conceber a saúde;

Saúde como estado mental mais do que como uma acção;

Por fim, a saúde sob uma perspectiva ecológica – a concepção de saúde não pode isolar o indivíduo do meio que o envolve.

Kickbusch (1986) propõe cinco áreas de conteúdos importantes

  • Acesso à saúde;
  • Desenvolvimento de um ambiente conducente à saúde;
  • Fortalecimento das redes sociais e do suporte social;
  • Promoção de comportamento de saúde positivo e de estratégias de coping apropriadas – um objectivo chave da promoção da saúde;
  • Aumento do conhecimento e disseminação relacionada com a saúde.

Para que haja saúde é preciso antes de tudo que haja prevenção, a um nível anterior que não pode ser descuidado. Por exemplo, Saúde, Bem-Estar e Prevenção: Os cuidados para com o corpo, a saúde, o bem-estar físico e psicológico têm adquirido uma importância crescente na sociedade portuguesa, em termos de oferta cada vez mais diversificada de bens e serviços e equipamentos: em cosmética, spas, modalidades de actividade física e desportiva, relaxamento e meditação.

Para combater o envelhecimento

Cuidados com o corpo – cuidar da pele como seja a celulite, reduzir as calorias para retardar os efeitos dos envelhecimento, beber muita água para a manutenção de todas as funções do corpo, alimentação saudável, comer fruta, sumos, saladas e legumes onde o corpo armazena antioxidantes onde são, por sua vez, estimuladas as defesas do corpo e o sistema imunitário.

Chá verde – é um alimento eficaz no combate ao envelhecimento, graças ao seu fitoestrogénio.

Para as células cinzentas produtivas e activas – Vitamina B12 e B6 – no arroz, no peixe, no fígado, na carne da vaca, leite e lacticínios.

As vitaminas:

Na pele – Vitamina B –Vitamina A , Vitamina B, Vitamina C, vitamina E, Acido fólico, cálcio, magnésio, selénio, zinco, ácidos gordos e ómega 3.

Intervenientes necessários na alimentação e saúde

Bioactividade

Os alimentos naturais contêm as fibras, substâncias bioactivas e os produtos naturais secundários como os carotenóides, polifenóis, as fitormonas, a fitosterina, ajudam nos problemas cardiovasculares e radicais livres.

Hormonas

As Hormonas estabelecem os mais diversos processos para o funcionamento do corpo, nomeadamente a hipófise, as glândulas da tiróide, o pâncreas e os órgãos reprodutores que “são as grandes fábricas hormonais”.

DHEA – (Desidroepiandrosterona) – que estimula a formação de fibras de colagénio, fortalece o tecido conjuntivo, e permite a existência de hidratação suficiente da pele, protegendo as células contra os radicais livres como:

  • Raios UV
  • Nicotina
  • Álcool

Melatonina – estimula a regeneração e o crescimento das células da pele. Torna a epiderme mais lisa e lustrosa.

Estrogénio – Cuida da formação de ácido hialurónico, a substância anti-rugas, favorece a formação de colagénio e elastina e ajuda a que a pele fique lisa e com uma aparência jovem, uma defesa eficaz contra os radicais livres, protege contra queda de cabelo, protege contra a osteoporose.

Testosterona – fortalece e tonifica, tal como as outras hormonas masculinas da epiderme, favorece a formação das células da epiderme, estica e alisa o tecido conjuntivo, promove a eliminação das células mortas da pele.

Hormona de crescimento – estimula os processos de crescimento e de renovação do corpo, reduz o armazenamento e a formação de células adiposas; favorece a constituição de massas corporais isentas de gordura, tais como como músculos.

Nutrientes

Lecitina – no feijão de soja , no peixe, nas oleaginosas, no iogurte e no leitelho (leite coalhado ou soro).
Glutamina – no leite, nos produtos de soja, no trigo e no milho.
Tirosina – no peixe, no marisco, nos ovos, no queijo e no iogurte.

(A informação sobre vitaminas, nutrientes e hormonas não dispensa a consulta prévia de um médico).

No STRESS…

Relaxamento – retarda o relógio biológico; o sono representa um elixir, tanto para o corpo como para o espírito, como para a beleza. As endorfinas são anestésicos naturais próprios do corpo para combater o stress.

O Exercício – o jogging; o exercício físico também contribui para um aumento da vitalidade anímica, quando a actividade muscular aumenta, mais o sangue é bombeado através das artérias, intensificando a sua circulação e o fornecimento de oxigénio ao cérebro.

Lazer cívico – a ocupação do tempo livre dos portugueses está relacionado com o que podemos designar de lazeres cívicos ou seja o investimento de tempo de ocupações que envolvem a participação cívica como o voluntariado em torno do qual muitas instituições públicas e do terceiro sector têm desenvolvido projectos e apelado à participação e dedicação dos cidadãos levando ao seu bem-estar .

Finalizando…

“Quando a frescura da manhã é substituída pela lassidão do meio-dia, quando os músculos das pernas vacilam sob o esforço, a escalada parece não ter fim. Subitamente não ocorre de acordo com os nossos desejos – é então que não podemos hesitar”. (Dag Hammarskjöld)

O bem-estar é quando sentimos o nosso interior e exterior em sintonia.
Nós devemos sentir a nossa “casa” interna renovada através do exercício físico, com uma alimentação pensada, (ao saber quais as calorias indicadas e quais os nutrientes necessários), isto é, um investimento na nossa própria saúde através de uma atitude correcta perante nós próprios e perante os outros em sociedade.

Estarmos cientes da importância do nosso bem-estar em relação aos outros é um optimismo contra a solidão e contra a depressão. Todos os nossos esforços são na tentativa de sobreviver e melhorar a nossa performance neste Mundo por vezes cruel e rotineiro. A prevenção na saúde é guardar algum tempo de qualidade para o nosso bem-estar e nos preocuparmos connosco mesmos ao ter relações saudáveis com os outros.

Esta é a nossa melhor atitude social ao prolongar a nossa própria vida. (Rodrigues I.)

Bibliografia:
Frohn B. Permanecer Bonita e Activa. Círculo de Leitores
Cardoso. L. J. Magalhães. P. Pais. M. J. Portugal Social de A a Z. 2013
Covey R. S. O 8º Hábito. Da Eficácia à Grandeza. 2005
Ribeiro, L P. J. Introdução à Psicologia da Saúde. Colecção Psicologias – Série Psicologia e Saúde 2007

Nota do Director

As opiniões expressas nos artigos de Opinião apenas vinculam os respectivos autores e não reflectem necessariamente os pontos de vista da Redacção ou do Jornal.

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