Mas o mítico cantor de “Soul Music” foi assassinado em 1964
O início da década de 60 é marcado por uma forte e notável presença de artistas negros norte-americanos, intérpretes de Soul Music e Rhythm & Blues, na liderança dos tops de vendas de discos. A maior parte ligados à editora Tamla-Motown. Numa altura de fortes conflitos raciais, com os afro-americanos fortemente empenhados na luta pelos Direitos Cívicos, grande parte da música que os jovens brancos consumiam era negra…
E o principal pioneiro de sucesso desta vaga notável de músicos e cantores negros – que inclui gente como Aretha Franklin, Bobby Woomack, Diana Ross & The Supremes, Otis Redding, Sam & Dave, Marvin Gaye e Ray Charles, entre muitos outros – é Sam Cooke, a quem chamaram mesmo o “King of Soul”. Um verdadeiro “Príncipe”, que começou cedo uma carreira de sucesso discográfico em 1957. Entre 1957 e 1964, Sam Cooke conseguiu a proeza de colocar 30 singles seus entre os 40 mais vendidos nos EUA. A sua carreira, que já apontava para números grandiosos, foi abruptamente interrompida numa fatídica noite de 11 de Dezembro de 1964, quando o gerente do Motel Hacienda de Los Angeles, em que o músico estava instalado, o assassinou com um tiro de pistola, após uma pequena discussão entre eles.
Sobre essa trágica noite, sabe-se que Sam Cooke terá conhecido uma jovem asiática horas antes num bar; mais tarde terá discutido com um grupo de homens noutro bar de Los Angeles, mas acabou por alugar um quarto, com a jovem, no Hacienda Motel. Mas discutiu com o gerente no hall de entrada do estabelecimento hoteleiro e acabou mortalmente baleado por Bertha Franklin, que alegou “legítima defesa”. Contudo, o gerente seria condenado por homicídio. Contudo, nunca foi esclarecido o facto do corpo de Sam Cooke ter sido encontrado pela polícia apenas vestido com um casaco, mas sem camisa, calças e cuecas.
Desaparecia uma grande “estrela” do Soul e do R&B, mas ficava uma obra relevante, onde moram algumas grandes canções deste intérprete que a revista Rolling Stone classifica mesmo como o 4ª Melhor Cantor da História da Música. Curiosamente, a sua mais famosa canção, “Wonderful World”, editada em 1960, teria o seu grande sucesso comercial apenas 26 anos depois quando, em 1986, chegou ao 2º lugar do Top Ten britânico.