Acompanhado pela Chefe de Política Externa dos EUA Federica Mogherini e por outros ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, John Kerry, que viajou para o país para conversações, visitou o local e depositou uma coroa de flores em frente ao monumento às vítimas.
A par do secretário de Estado dos EUA e os restantes membros do G7, estava também o ministro dos Negócios Estrangeiros nipónico, Fumio Kishida, revela o Guardian.
Kerry viu a exposição que recorda a explosão de 6 de Agosto de 1945 e apela a todos os líderes mundiais para que a visitem: “Não vejo como é que alguém podia esquecer as imagens, as provas, as reconstituições do que aconteceu”, confessou. Para Kishida, o seu país “quer enviar uma forte mensagem de paz para o mundo”, declarou.
Apesar do discurso de apelo à paz, a CNN cita um funcionário do Departamento de Estado norte-americano que viajou com Kerry, que afirmou que não vão ser apresentadas desculpas pelo uso, por parte dos EUA, de armas nucleares e pela devastação que estas causaram. “Se me pergunta se o Secretário de Estado veio a Hiroshima para apresentar desculpas, a resposta é ‘não’. Se me pergunta se o Secretário – e penso que todos os americanos e japoneses – têm mágoa perante as tragédias que enfrentaram, a resposta é ‘sim’”, enfatizou. “Esta visita não tem a ver com o passado, mas com o presente e o futuro”, declarou por sua vez John Kerry aos jornalistas.
Cimeira do G7 em preparação, Donald Trump mencionado
Na sua agenda diplomática, John Kerry reuniu-se com o G7 (grupo de países que, para além dos EUA, é constituído pelo Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão) para discutir a guerra civil na Síria, a crise dos migrantes que tentam chegar à Europa e a violência na Ucrânia, entre outros assuntos. O caos político que o Iraque e Afeganistão atravessam também foi abordado, depois de Kerry ter visitado ambos os países na passada semana.
De acordo com a CNN, o Japão quer ainda aproveitar para discutir assuntos da Ásia, como as actividades da China no Mar do Sul daquele país e a ameaça nuclear da Coreia do Norte.
Esta viagem de John Kerry a Hiroshima é vista como um preparar do terreno para a visita do presidente dos EUA, Barack Obama, no próximo mês; Obama quer viajar ao Japão para a cimeira de líderes do G7, o que aumenta a especulação sobre se o líder norte-americano vai ou não apresentar formais desculpas pelo bombardeamento de Hiroshima e a devastação causada.
Fumio Kishida, ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, comentou as recentes declarações de Donald Trump, candidato à presidência dos EUA. Trump sugeriu à Coreia do Sul e ao Japão que tivessem armas nucleares. Kishida respondeu: “Para nós, obter armas nucleares é completamente inconcebível”.