O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas foi recebido ao mais alto nível no âmbito das comemorações do 25º Aniversário da data do Referendo em Timor-Leste.
Estiveram no aeroporto «Presidente Nicolau Lobato», o Presidente da República, José Ramos-Horta, e o Primeiro Ministro Kay Rala Xanana Gusmão, entre outras individualidades.
No dia 30 de Agosto de 1999, o povo votou a favor da autodeterminação. Em 2002 concretizou-se a restauração da independência. Em 2024, passados quase 25 anos do dia da consulta popular, é imperativo haver uma reflexão sobre o progresso e o desenvolvimento de Timor-Leste.
António Guterres, agora luso-timorense, sente-se duplamente orgulhoso
Após ter sabido da deliberação do Parlamento Nacional de atribuição da nacionalidade timorense, o antigo Secretário-Geral do Partido Socialista português afirmou que “assume com orgulho a nacionalidade de um povo heroico”.
Da mesma forma, manifestou o seu orgulho enquanto Secretário-Geral da ONU, pelo papel desta organização internacional no processo de organização da consulta popular:
“Timor-Leste ganhou a batalha da independência, da democracia e como Secretário-Geral das Nações, naturalmente, sinto orgulho em que as Nações Unidas tenham estado ao lado do povo de Timor-Leste na luta pela independência e na consolidação da democracia”
Contudo, acrescentou:
“Timor ganhou a batalha da independência, agora tem de ganhar a do desenvolvimento..”
António Guterres realizou visitas a vários locais, discursou no Parlamento Nacional e participou na comemoração do Dia da Consulta Popular no Estádio Municipal de Díli.
Impõe-se uma reflexão nacional para o desenvolvimento do país
No contexto das comemorações do Referendo as mensagens e declarações foram imensas, umas banais e de circunstância, habituais em cerimónias desta natureza, quase sempre com as mesmas caras e sorrisos, outras com conteúdo político, bem mais analíticas, reveladoras de uma preocupação profunda sobre o desenvolvimento do país.
Efectivamente, tal como declarou o Secretário-Geral da ONU, Avelino Coelho, líder socialista de Timor-Leste, demonstrou mais uma vez a sua profunda preocupação com o desenvolvimento da Nação.
Por esta razão, no âmbito das comemorações do referendo partilhou na sua conta do Facebook, em tétum, uma síntese dos principais pontos que marcaram o percurso da luta de libertação nacional, invocando alguns nomes de personalidades e organizações que se distinguiram no país, na Resistência Armada, na Frente Diplomática e na Frente Clandestina, bem como, acções e acontecimentos marcantes desde 1975 a 1979, em 1981, na década de 90, até ao dia da consulta popular.
Avelino Coelho, no primeiro plano da foto, com uma vela acesa na mão, acompanhado de antigos líderes de organizações da Frente Clandestina (OJECTIL, AST, FECLITIL, RENETIL, etc.), fez um apelo à profunda reflexão sobre o estado de desenvolvimento social do País.
Na opinião de Avelino, no âmbito da festa popular, é fundamental reflectir, mas, com questionamentos: “Qual é o significado do Referendo se apreciarmos o modelo de sociedade passados 25 anos. Será que o modelo social actual é o que nós queremos?”
E coloca outras perguntas, sempre em jeito de problematização, para concluir que há uma obrigação de todos fazerem uma “reflexão política, com consciência social e política”, uma responsabilidade colectiva para em conjunto se pensar numa “verdadeira libertação, idêntica à defendida em 1975 pelo Saudoso Nicolau dos Reis Lobato”.
Para o líder do PST é fundamental haver uma ponderação para que se faça algo de relevo com a grande finalidade de combater a desigualdade socioeconómica e a consolidação da unidade, justiça, paz, imperativos para o desenvolvimento sustentável e ecologicamente equilibrado.