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Sábado, Agosto 31, 2024

Secretário-Geral da ONU recebido por Ramos Horta e Xanana Gusmão

M. Azancot de Menezes
M. Azancot de Menezes
PhD em Educação / Universidade de Lisboa. Timor-Leste

O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas foi recebido ao mais alto nível no âmbito das comemorações do 25º Aniversário da data do Referendo em Timor-Leste.

Estiveram no aeroporto «Presidente Nicolau Lobato», o Presidente da República, José Ramos-Horta, e o Primeiro Ministro Kay Rala Xanana Gusmão, entre outras individualidades.

No dia 30 de Agosto de 1999, o povo votou  a favor da autodeterminação. Em 2002 concretizou-se a restauração da independência. Em 2024, passados quase 25 anos do dia da consulta popular, é imperativo haver uma reflexão sobre o progresso e o desenvolvimento de Timor-Leste.

António Guterres, agora luso-timorense, sente-se duplamente orgulhoso

Após ter sabido da deliberação do Parlamento Nacional de atribuição da nacionalidade timorense, o antigo Secretário-Geral do Partido Socialista português afirmou que “assume com orgulho a nacionalidade de um povo heroico”.

Da mesma forma, manifestou o seu orgulho enquanto Secretário-Geral da ONU, pelo papel desta organização internacional no processo de organização da consulta popular:

Timor-Leste ganhou a batalha da independência, da democracia e como Secretário-Geral das Nações, naturalmente, sinto orgulho em que as Nações Unidas tenham estado ao lado do povo de Timor-Leste na luta pela independência e na consolidação da democracia

Contudo, acrescentou:

Timor ganhou a batalha da independência, agora tem de ganhar a do desenvolvimento..”

António Guterres realizou visitas a vários locais, discursou no Parlamento Nacional e participou na comemoração do Dia da Consulta Popular no Estádio Municipal de Díli.

Impõe-se uma reflexão nacional para o desenvolvimento do país

No contexto das comemorações do Referendo as mensagens e declarações foram imensas, umas banais e de circunstância, habituais em cerimónias desta natureza, quase sempre com as mesmas caras e sorrisos, outras com conteúdo político, bem mais analíticas, reveladoras de uma preocupação profunda sobre o desenvolvimento do país.

Efectivamente, tal como declarou o Secretário-Geral da ONU, Avelino Coelho, líder socialista de Timor-Leste, demonstrou mais uma vez a sua profunda preocupação com o desenvolvimento da Nação.

Por esta razão, no âmbito das comemorações do referendo partilhou na sua conta do Facebook, em tétum, uma síntese dos principais pontos que marcaram o percurso da luta de libertação nacional, invocando alguns nomes de personalidades e organizações que se distinguiram no país, na Resistência Armada, na Frente Diplomática e na Frente Clandestina, bem como, acções e acontecimentos marcantes desde 1975 a 1979, em 1981, na década de 90, até ao dia da consulta popular.

Avelino Coelho em Maubara – Liquiçá (29/08/2024)

Avelino Coelho, no primeiro plano da foto, com uma vela acesa na mão, acompanhado de antigos líderes de organizações da Frente Clandestina (OJECTIL, AST, FECLITIL, RENETIL, etc.), fez um apelo à profunda reflexão sobre o estado de desenvolvimento social do País.

Na opinião de Avelino, no âmbito da festa popular, é fundamental reflectir, mas, com questionamentos: “Qual é o significado do Referendo se apreciarmos o modelo de sociedade passados 25 anos. Será que o modelo social actual é o que nós queremos?

E coloca outras perguntas, sempre em jeito de problematização, para concluir que há uma obrigação de todos fazerem uma “reflexão política, com consciência social e política”, uma responsabilidade colectiva para em conjunto se pensar numa “verdadeira libertação, idêntica à defendida em 1975 pelo Saudoso Nicolau dos Reis Lobato”.

Para o líder do PST é fundamental haver uma ponderação para que se faça algo de relevo com a grande finalidade de combater a desigualdade socioeconómica e a consolidação da unidade, justiça, paz, imperativos para o desenvolvimento sustentável e ecologicamente equilibrado.

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