Em cada um de nós há segredos tão nossos e tão íntimos, que a absolutamente ninguém nos atrevemos a contar, seja ao marido, ao psicanalista, à mãe, à irmã, ou à nossa melhor amiga. Não que seja uma coisa de que nos envergonhemos, ou que nos coloque numa situação confrangedora, mas que é só nosso e que está tão bem guardado que só a nós pertence.
Se soubéssemos o que há de secreto em cada coração, saberíamos muito mais dessa pessoa do que sabemos de toda a sua vida. Um amor escondido que passa pelo coração, um pensamento, um desejo, e que se não fossem as condicionantes da própria vida – sejam elas quais forem – tanto que gostaríamos de ver concretizado. Aquela empregada simples, humilde, que mora nos confins dos subúrbios, com marido, filhos, por vezes já com netos, nem imaginamos o quanto vai naquele coração aparentemente sem ambição e sem sonho algum que ultrapasse a dura realidade da sua vida. E aquela mulher linda, maravilhosa, que tem tudo para ser feliz e conquistar, vamos ver e ela guarda dentro de si o mais impossível amor. Ou aquela mulher já de meia idade, com vida tão cinzenta de tão normal, casada, fidelíssima, com filhos, vida essa de um enfado até cruel? Se imaginarmos a sua vida, não imaginamos sequer que por detrás desse fastio se esconde uma mulher impetuosa, cheia de vida, daquela vida que gostaria de viver e que guarda só para si. E que sofre, sem que ninguém jamais saiba. E aquela outra, já de idade de ter bisnetos, e que olha para trás e pensa no que poderia ter vivido naquele profundo oculto se tivesse sido mais corajosa? E mesmo com todos os seus cabelos brancos e todas as suas rugas, ainda tem loucuras que gostaria de viver e que ainda jazem, recônditas, dentro de si. Ah, quão mais feliz seria e quão mais feliz teria sido.
Num amontoado de pessoas, de maior ou menor número, de todas as idades, preste atenção a cada uma delas. Verá, mesmo que nada saiba sobre elas, que pela forma como se expressam, pela forma como se apresentam, pela forma como se movimentam, que todas elas carregam dentro de si os seus mais sigilosos e inconfessáveis segredos. E se prestar mais atenção, quase que poderá perscrutar o que de mais confidencial e íntimo todas elas encerram. Será?
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