Nesta edição, foram selecionadas seis músicas de seis gigantes da arte de compor e encantar a vida. Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque Gonzaguinha e John Lennon alimentam sonhos de todo mundo que não perdeu a capacidade de sonhar e de se importar com o outro, com o mundo, com a natureza, com a vida.
Tudo seria muito mais fácil se as palavras cantadas desses poetas e músicos se introjetassem no cérebro de todo mundo e a intolerância acabasse.
Estes seis artistas da maior grandeza mostram a simplicidade da vida. A felicidade está logo ali, basta sonharmos e estarmos juntos para superar as adversidades e liquidar com o egoísmo, o medo e ódio. Viva o amor, viva a paz. Viva a arte que nos possibilita viver.
Milton Nascimento
As notícias trazidas pela dupla de Minas Gerais, Milton Nascimento e Fernando Brant não aparecem na mídia burguesa, mas traduzem todo o sentimento de quem ama o país e certamente um dia via se juntar para vencer o obscurantismo.
“Aqui vive um povo que merece mais respeito
Sabe belo é o povo como é belo todo amor
Aqui vive um povo que é mar e que é rio
E seu destino é um dia se juntar
O canto mais belo será sempre mais sincero
Sabe tudo quanto é belo será sempre de espantar
Aqui vive um povo que cultiva a qualidade
Ser mais sábio que quem o quer governar”
Notícias do Brasil (1981), de Fernando Brant e Milton Nascimento)
Caetano Veloso
O baiano Caetano Veloso tem a certeza de que o Sol e a Lua permanecem no imaginário de todos os poetas para ressignificar a utopia.
“Todo dia o Sol levanta
E a gente canta
Ao Sol de todo diaFim da tarde a terra cora
E a gente chora
Porque finda a tardeQuando a noite a Lua amansa
E a gente dança
Venerando a noite”
Canto do Povo de Um Lugar (1975), de Caetano Veloso
Gilberto Gil
O também baiano, Gilberto Gil vislumbra a paz como modo de vida, contra todas as guerras insanas.
“A paz invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais”
A Paz (1986), de Gilberto Gil e João Donato
Chico Buarque
Enquanto o carioca, Chico Buarque canta a esperança e a certeza de que tudo vai passar, num verdadeiro hino à liberdade e à vontade de ver o povo deste lugar no lugar que merece.
“Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar”
Vai Passar (1985), de Chico Buarque e Francis Hime
Gonzaguinha
Outro carioca, Gonzaguinha (1945-1981) pede para nunca pararmos de sonhar e arregaçarmos as mangas e irmos lá fazer o que será, porque o novo não brota do nada.
“Ontem um menino que brincava me falou
Hoje é semente do amanhã
Para não ter medo que este tempo vai passar
Não se desespere e nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será”
Nunca Pare de Sonhar (1984), de Gonzaguinha
John Lennon
Já o inglês, John Lennon (1940-1980) aguça a imaginação para desejar um mundo mais fraterno, sem propriedade privada. Compartilhar e viver é o que sempre quis Lennon.
“Imagine que não existe propriedades
Será que você consegue?
Sem ganância ou fome
Uma fraternidade do Homem
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo inteiro”
Imagine (1971), de John Lennon
Texto em português do Brasil
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