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Sexta-feira, Novembro 1, 2024

Seis canções para sonhar e construir um mundo diferente e melhor

Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Jornalista, assessor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

Nesta edição, foram selecionadas seis músicas de seis gigantes da arte de compor e encantar a vida. Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque Gonzaguinha e John Lennon alimentam sonhos de todo mundo que não perdeu a capacidade de sonhar e de se importar com o outro, com o mundo, com a natureza, com a vida.

Tudo seria muito mais fácil se as palavras cantadas desses poetas e músicos se introjetassem no cérebro de todo mundo e a intolerância acabasse.

Estes seis artistas da maior grandeza mostram a simplicidade da vida. A felicidade está logo ali, basta sonharmos e estarmos juntos para superar as adversidades e liquidar com o egoísmo, o medo e ódio. Viva o amor, viva a paz. Viva a arte que nos possibilita viver.

 

Milton Nascimento

As notícias trazidas pela dupla de Minas Gerais, Milton Nascimento e Fernando Brant não aparecem na mídia burguesa, mas traduzem todo o sentimento de quem ama o país e certamente um dia via se juntar para vencer o obscurantismo.

“Aqui vive um povo que merece mais respeito
Sabe belo é o povo como é belo todo amor
Aqui vive um povo que é mar e que é rio
E seu destino é um dia se juntar
O canto mais belo será sempre mais sincero
Sabe tudo quanto é belo será sempre de espantar
Aqui vive um povo que cultiva a qualidade
Ser mais sábio que quem o quer governar”

 

Notícias do Brasil (1981), de Fernando Brant e Milton Nascimento)

 

 

Caetano Veloso

O baiano Caetano Veloso tem a  certeza de que o Sol e a Lua permanecem no imaginário de todos os poetas para ressignificar a utopia.

“Todo dia o Sol levanta
E a gente canta
Ao Sol de todo dia

Fim da tarde a terra cora
E a gente chora
Porque finda a tarde

Quando a noite a Lua amansa
E a gente dança
Venerando a noite”

 

Canto do Povo de Um Lugar (1975), de Caetano Veloso

 

 

Gilberto Gil

O também baiano, Gilberto Gil vislumbra a paz como modo de vida, contra todas as guerras insanas.

“A paz invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais”

 

A Paz (1986), de Gilberto Gil e João Donato

 

 

Chico Buarque

Enquanto o carioca, Chico Buarque canta a esperança e a certeza de que tudo vai passar, num verdadeiro hino à liberdade e à vontade de ver o povo deste lugar no lugar que merece.

“Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar”

 

Vai Passar (1985), de Chico Buarque e Francis Hime

 

 

Gonzaguinha

Outro carioca, Gonzaguinha (1945-1981) pede para nunca pararmos de sonhar e arregaçarmos as mangas e irmos lá fazer o que será, porque o novo não brota do nada.

“Ontem um menino que brincava me falou
Hoje é semente do amanhã
Para não ter medo que este tempo vai passar
Não se desespere e nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será”

 

Nunca Pare de Sonhar (1984), de Gonzaguinha

 

 

John Lennon

Já o inglês, John Lennon (1940-1980) aguça a imaginação para desejar um mundo mais fraterno, sem propriedade privada. Compartilhar e viver é o que sempre quis Lennon.

“Imagine que não existe propriedades
Será que você consegue?
Sem ganância ou fome
Uma fraternidade do Homem
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo inteiro”

 

Imagine (1971), de John Lennon


Texto em português do Brasil


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