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Sábado, Dezembro 21, 2024

Semana começa com clima tenso entre governo e camionistas

Brasil: Categoria promete greve para o dia 29.

O jornal Valor Econômico diz que esta semana será decisiva para impasse entre governo e caminhoneiros, que elevou os termômetros para uma greve nacional, marcada para o próximo dia 29. Com a paralisação de maio de 2018 próxima de completar um ano e após o reajuste feito pela Petrobras no preço médio do diesel nas refinarias, de 4,84%, válido desde quinta-feira (18), algumas lideranças elevaram o tom em poucos dias, queixando-se de até hoje não terem sido ouvidas pelo Planalto.

De acordo com a matéria, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) tem audiência marcada com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, nesta segunda-feira. A agenda foi divulgada em nota disparada pela entidade na véspera do feriado da Semana Santa, alertando ainda que o reajuste do óleo diesel pela Petrobras “aumentou ainda mais a tensão “aumentou ainda mais a tensão instalada na categoria, que carrega desde o ano passado a frustração de não ter a Lei do Piso Mínimo do Frete cumprida”. 

O caminhoneiro Wanderlei Alves, o Dedéco, de Curitiba (PR), uma das lideranças da classe, disse neste domingo que só há duas saídas para evitar uma greve geral. “Ou o governo faz valer o piso mínimo em todo o país no prazo máximo de três dias após essa reunião, ou reduz em torno de R$ 0,50 a R$ 0,60 o preço do diesel até que o piso comece a valer”. A categoria chegou a se mobilizar para paralisar no dia 30 de março, mas houve um recuo e a adesão foi baixa.

O novo movimento grevista, disse o Valor, divide a categoria, já que algumas entidades sindicais identificaram boa vontade no pacote anunciado dia 16 pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Entre as medidas voltadas a melhorar as condições do transporte de cargas rodoviário no país estão uma linha de crédito de até R$ 30 mil para manutenção e compra de pneus de caminhões, com fundo inicial de R$ 500 milhões, R$ 2 bilhões para conclusão de obras, além de manutenção de estradas e eixos rodoviários, e um cartão-combustível para abastecimento a preço subsidiado.

Segundo o jornal, a insatisfação maior dos trabalhadores, no entanto, é com a falta de fiscalização da aplicação do piso do frete, assim como a correção desses valores prevista na Lei 13.703 – que estabeleceu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. Se aplicadas corretamente, as regras seriam uma forma de amenizar o impacto das altas no preço do óleo diesel nas bombas, argumentam os caminhoneiros.

A CNTA, informa o Valor, fez um levantamento em sua base de associados – formada por 140 sindicatos, nove federações e uma associação colaborativa – para confirmar o posicionamento dos caminhoneiros. Ao fim da ronda, identificou que o anúncio reacendeu insatisfação generalizada na categoria, que “está impaciente à espera de uma resposta do Governo”.

Wanderlei Alves, diz o jornal, fez um vídeo em que diz que o aumento do diesel colocará os caminhoneiros “no fundo do poço”. “Infelizmente o governo pagou para ver, a Petrobras vai dar um aumento de R$ 0,10 no óleo diesel amanhã (quinta-feira, 18) e eu quero que o senhores entendam o impacto que isso dá para nós”, afirma ele, para se queixar da falta de reajuste no piso do frete.

Os caminhoneiros, muitos dos quais associados às organizações consultadas pela CNTA e outros sem qualquer vínculo sindical, queixam-se de que as lideranças que negociam com o Planalto não os representam. “Infelizmente o governo tem escutado lideranças que não têm caminhão, não sabem o custo que é ter um caminhão, quanto custa um pneu, quanto se gasta de óleo, não sabem quanto de média faz um caminhão”, diz Alves.

Valor diz ainda que nas reuniões com os ministros Freitas e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), a categoria vem sendo representada pelo caminhoneiro Wallace Landim, o Chorão, de Catalão (GO). 

O transportador autônomo conquistou a confiança de importantes líderes sindicais, segundo a matéria, como diretor do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), José Cícero Rodrigues, e o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Volta Redonda e Região Sul Fluminense (Sinditac-VR), Francisco Wild. Com influência em regiões bastante afetadas pela greve de 2018, ambos garantem que os caminhoneiros locais não vão aderir a uma greve neste momento.


Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado


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