Poema inédito de Alice Coelho
Sempre respondes
Sempre respondes aos meus poemas
Com as rimas mais duras e aguçadas
Deixaste rios de confusões e dilemas
Paixão avassaladora e olhar cansado
Corpos nus e olhares desencontrados
Presos na teia de dedos engordurados
Sempre respondes aos meus poemas
Colhidos entre madrugadas silenciosas
Plantados em noites presas por algemas
Bebidos em cálices de vidas temperadas
Enjaulados entre as páginas manuscritas
Cansados de palavras rebeldes inscritas
Sempre respondes aos meus poemas
Entre distâncias longas por entre brisa
Sem reticências separadas por temas
Sem negociar ou transferir numa briga
Sempre responses aos meus poemas
Com uma linguagem seca e camuflada
Equacionando todos aqueles problemas
Com a palavra não dita por si só acusada