Jeremy Rifkin, com a sua Sociedade do Custo Marginal Zero, ainda, Farid Khavari[1] e a Economia de Custo Zero, como tantos outros, defendem uma alternativa ao capitalismo partindo de condições, exclusivamente, colaborativas. A internet das coisas, a tecnologia livre, em especial as renováveis, assim como a mudança de paradigma da consciência humana, farão o que ainda falta.
Em algumas das actividades a produtividade será de tal modo eficiente que o custo marginal da produção de muitos dos serviços, e mesmo de bens, será de base zero. Ou seja, o custo de fabrico de mais uma unidade é inexistente. Isto era algo que não se imaginava possível, pelo menos desta forma. Estamos perto de um mundo (quase) grátis e para todos.
Suponha, por exemplo, uma vídeo-aula prestada por um mesmo professor a 100 mil alunos. A área dos serviços da educação em rede é, aliás, um bom exemplo deste tipo de possibilidade. O mesmo para muitos dos produtos de entretenimento online. Falamos de custos financeiros e económicos, tão somente.
Já para os bens de consumo, o melhor ensinamento, vem da nova geração de impressoras 3D, capazes de unir num mesmo momento a dimensão da produção e a do consumo. Note-se que aqui podemos falar de áreas tão diversas como acessórios para o motor da sua máquina de lavar, produtos alimentares ou para a saúde. Paulatinamente tem surgido uma economia híbrida onde tudo estará disponível, para todos, em qualquer hora ou lugar. Espera-se que a preços cada vez mais razoáveis.
Infelizmente, com estas mudanças será fácil perspectivar o fim do trabalho. A maior parte dos empregos vão desaparecer ou ser substituídos por tecnologias eficientíssimas. As renováveis aliadas a estas novas tecnologias inteligentes, de eficiência e autonomia nunca até aqui imaginadas, só dependerão da informação e da sua partilha. Isto desde que não se privatizem as ondas, o vento, o sol, ou seja, as fontes de energia. Deste modo será fácil compreender, quando falamos de custos energéticos de produção, como poderemos baixar a custos marginais de base zero.
Falamos da sociedade da empatia[2] e da colaboração, estimando-se que antes de 2025 estas mudanças estarão já enraizadas na economia global, descentralizada e sustentável.
A respeito de todas estas alterações aproveito para deixar uma curta entrevista com o economista Farid Khavari ao programa Consciousness FM, na estação pública KPFK (EUA).
[2]Jeremy Rifkin: The empathic civilization (A civilização da empatia)