O erro não intencional, segundo justificou, pode afastá-lo da condução dos inquéritos contra o ex-presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva). Supremo Tribunal Federal divulgará decisão na quinta-feira (31)
Por André Richter, da Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro admitiu hoje (29) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki que se equivocou ao autorizar a divulgação de escutas telefônicas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff. Ao ministro, Moro também disse que não teve intenção de provocar polêmicas, conflitos ou constrangimentos.
“O levantamento do sigilo não teve por objetivo gerar fato político-partidário, polêmicas ou conflitos, algo estranho à função jurisdicional, mas, atendendo o requerimento do MPF, dar publicidade ao processo e especialmente a condutas relevantes do ponto de vista jurídico e criminal do investigado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podem eventualmente caracterizar obstrução à Justiça ou tentativas de obstrução à Justiça”, justificou Moro.
Moro enviou as informações a pedido de Zavascki após a decisão do ministro que determinou a suspensão das investigações da Operação Lava Jato que envolvem Lula e envio dos processos ao Supremo.
Na quinta-feira (31), o STF decidirá se o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, continuará na condução dos inquéritos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na semana passada, o ministro Teori atendeu a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e suspendeu, com base em jurisprudência da Corte, a divulgação das interceptações envolvendo a Presidência da República e fixou prazo de dez dias para que Sérgio Moro preste informações sobre a divulgação dos áudios do diálogo entre a presidenta Dilma Rousseff e Lula, tornadas públicas após decisão do juiz.
Entretanto o jornal A Folha de São Paulo publicou o seguinte desmentido da sua própria edição:
“O título original do texto informava que Sérgio Moro pediu desculpas por divulgar os audios dos grampos do ex-presidente Lula; ele se desculpou pela polêmica que a divulgação causou; o título foi alterado”
Os mais astutos notarão decerto que Moro recorre a subterfúgios e ambiguidades da linguagem para se desdizer. Todavia insuficientes para conhecedores da língua de Camões, que no desmentido apenas podem ler a confirmação. Pediu mesmo.
Será um caso de “Virtudes Privadas, Públicos Vícios…”