O presidente dos EUA e o Partido Republicano podem usar milicianos de direita para intimidar eleitores e tentar anular votos populares por meio de legislações estaduais.
por Mark Gruenberg, em People’s World | Tradução de José Carlos Ruy
Os Conselhos Centrais do Trabalho em Rochester (N.Y), de Seattle e Massachusetts convocaram uma greve geral caso o republicano Donald Trump tente roubar a eleição de 3 de novembro. A primeira resolução, de Rochester, em 8 de outubro, foi enviada aos sindicalistas da AFL. A AFL-CIO de Massachusetts. A convocação de greve geral foi postada no Twitter.
Seattle também convocou uma greve geral e programou uma sessão de treinamento para uma ação pós-eleição para seus membros, conforme relatou o “The Stand” no seu site de notícias. A resolução pede “ações não violentas, incluindo uma greve geral para proteger a democracia, a Constituição, a lei e as tradições democráticas de nossa nação”.
O Conselho Trabalhista Central do Condado de Martin Luther King (Seattle) também aprovou medida semelhante “para iniciar a discussão” sobre o que fazer em uma situação extrema. Foi o que disse a sindicalista Nicole Grand ao jornal “The Guardian”.
A greve geral seria a resposta à tentativa de Trump de roubar a eleição. Além do uso de milicianos de direita para intimidar eleitores – principalmente pessoas de cor -, Trump e o Partido Republicano podem tentar anular votos populares por meio de legislações estaduais e governos do Partido Republicano, impedir a contagem de muitos dos 70 milhões (até agora) de cédulas enviadas pelo correio, mandar milícias armadas para intimidar eleitores nos locais de votação.
A resolução de Rochester acusa sem rodeios a Trump e defende a necessidade da greve geral. “Tanto Trump quanto o vice-presidente Mike Pence “se recusaram sistematicamente a declarar publicamente que respeitará os resultados da eleição e, no caso de sua derrota, deixar o cargo de presidente”, diz o documento. E chama Trump de “um ditador tirano”.
A resolução lista também as maneiras pelas quais Trump fomenta a agitação, que levaria os trabalhadores à greve geral. Elas incluem o “desmantelamento da infraestrutura fundamental” para a votação, notadamente o serviço postal, corte de eleitores e desinformação como métodos para roubar a eleição, e a recusa de Trump “em denunciar… milícias e organizações da supremacia branca e fascista” que planejam “derrubar a democracia nos EUA”.
“Exigimos que a Constituição seja seguida e que os eleitores e não os tribunais determinem os resultados da eleição”, diz a resolução de Rochester. Olham tanto para frente – para onde a maioria de seis juízes do Supremo Tribunal nomeada pelo Partido Republicano poderia decidir o resultado – quanto para a sentença de 5 a 4 da Corte na eleição de 2000, dando a vitória para George W. Bush.
“O risco extremo que atualmente representa para as instituições históricas da democracia em nossa nação pode exigir uma resistência mais ampla e vigorosa do que em qualquer momento da história recente”, acrescenta a resolução. E declara que uma greve geral é a “ferramenta mais poderosa” dos trabalhadores e “um poder maior do que qualquer maquinação política de aspirantes a déspotas”.
Rochester colocou-se “firmemente contra qualquer tentativa de subverter, distorcer, deturpar ou ignorar o resultado final da eleição presidencial de 2020”, e exige que a AFL-CIO e os sindicatos “se preparem e declarem uma greve geral de todos os trabalhadores para garantir uma transição de poder pacífica como manda a Constituição”.
por Mark Gruenberg, Dirige o escritório de People’s World em Washington. É editor do Press Associates Inc. (PAI), um serviço imprensa sindical, também em Washington | Texto em português do Brasil, com seleção de trechos e tradução de José Carlos Ruy
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