Este plano inclui regras mais estritas e supervisão mais apertada, declarou Chan Chun Sing, ministro do governo de Lee Hsien Loong, primeiro-ministro de Singapura, no Parlamento.
De acordo como The Economic Times, o executivo daquela cidade-Estado, importante centro financeiro da Ásia, quer que as empresas e instituições financeiras “ponham em prática controlos para detectar e travar fundos ilícitos, ao usar o sistema financeiro de Singapura”. Terão de relatar às autoridades qualquer transacção suspeita que lhes surja.
Uma deputada da oposição, Sylvia Lim, perguntou se o regime de combate à lavagem de dinheiro do país está preparado para deter qualquer fluxo de dinheiro ilegal através do seu sistema financeiro; esta pergunta estará relacionada com a recente divulgação dos Panama Papers e com uma investigação visando o fundo estatal 1 Malaysia Development Berhad.
Trata-se de um fundo criado pelo primeiro-ministro malaio, Najib Razak, que o criou com o objectivo de tornar Kuala Lumpur um importante centro económico e financeiro. Porém, as críticas sobre a falta de transparência que tal fundo apresenta, aparentemente, bem como visando o estilo de vida luxuoso da família do governante, lançaram suspeições, revela a BBC.
O Wall Street Journal publicou que teve acesso a documentos, que alegadamente dizem respeito a uma transferência de 700 milhões de dólares do fundo em causa para contas bancárias pessoais do primeiro-ministro.
O fundo, num comunicado público, insiste que jamais deu dinheiro ao governante; diz que as suspeitas são “sem fundamento” e que os seus lucros são superiores às despesas. Najib Razak também negou ter recebido dinheiro deste fundo ou de outros fundos estatais, tendo os seus advogados exigido explicações ao jornal norte-americano.
A equipa da Procuradoria-Geral de Singapura está a colaborar com a sua congénere suíça nas investigações sobre o fundo malaio. O jornal The Straits Times revela que ambos os organismos trabalham sobre informação e documentos de certos fluxos de dinheiro que partiram do 1MDB e de entidades relacionadas com este.
O ministro Chan concordou com a deputada Lim que, embora os números da corrupção sejam pequenos, o país tem de continuar a manter a vigilância. “A nossa reputação de sermos anti-corrupção é fruto de muito trabalho, mas isso não significa que podemos baixar a guarda”, disse o governante, citado pela Channel News Asia.