Poema inédito de Olga Santos
Sísifo sou
Sísifo sou
Arrasto pedras na alma
São de jade,
São de âmbar,
São da força do universo.
Quisera pousá-las – LIVRE! –
Em solo firme de amor
Erguer-(TE) um trono etéreo
De paixão reinventada
Mas os deuses são cruéis
(Que deus me condenou?)
E a minha pena eterna.
Meu amor, contra os deuses
Não posso aliviar minh’ alma…
E em suplício infernal
Em instável caminhada
Carrego o fardo maldito
Com que a velha Parca
Me fadou.
Ilustração: Sísifo – Quadro do pintor Tiziano, pintado entre 1548 e 1549, que está exposto no Museu do Prado