Em causa estarão pagamentos do chamado «saco azul do GES», um fundo do Grupo Espírito Santo usado durante mais de 20 anos para efectuar pagamentos não declarados a várias personalidades das mais diversas áreas de actividade.
Segundo um comunicado divulgado no site do Sindicato dos Jornalistas (SJ), aquele organismo «insta a que sejam revelados os nomes dos mencionados “jornalistas”, à semelhança do que tem acontecido, aliás, com outros profissionais, de forma a poder actuar em conformidade nos casos que, e se, vierem a ser provados».
Para o sindicato, «a credibilidade do jornalismo é fundamental em democracia e não podemos deixar que ela seja minada por suspeitas cuja existência ainda está por provar, nem permitir que toda uma classe fique sob suspeita».
SJ escreveu ao director do Expresso a solicitar a revelação dos nomes
O SJ anuncia também ter já escrito ao director do Expresso a solicitar esclarecimentos, «lamentando que o semanário tenha posto em causa todos os jornalistas, ao não identificar aqueles que, segundo afirma, constarão de uma lista de alegados envolvidos numa investigação ao Grupo Espírito Santo (GES)».
Recorde-se que o Expresso noticiou, na sua edição de 23 de Abril de 2016, que está na posse de uma lista de nomes que estarão envolvidos em pagamentos do off-shore do Grupo Espírito Santo, no âmbito dos Panama Papers, a investigação do consórcio internacional de jornalistas do qual aquele jornal faz parte
Nessa lista, constarão, segundo o jornal, nomes de políticos, empresários e também jornalistas. O off-shore do GES – a ES Enterprises – já é conhecido como o «saco azul» daquele grupo empresarial e terá servido para efectuar pagamentos não declarados a diversas personalidades durante mais de 20 anos.