Quem nunca sofreu por amor? Quem nunca sentiu aquela letargia que nos deixou sem vida, sem energia e sem vontade alguma até de fazer as coisas mais simples do dia a dia?
E quando esse amor vem acompanhado de traição, maior é o sofrimento. É aí que todos os sentimentos se misturam. Até se pode gostar realmente da outra pessoa; mas quando se é traído, outras desordens e conflitos interiores vêm à tona. E já não sabemos se é apenas amor, ou também orgulho ou amor próprio ferido, ou a rejeição de quem foi preterido por outro alguém. É aí que a raiva e a capacidade de se enraivecer pode se tornar num excelente antídoto ao sofrimento. Ao contrário do que muitos pensarão, a raiva pode ser muito benéfica e uma grande aliada de quem sofre por amor. Desde que ela não nos domine e não nos faça reféns dela, sentir raiva nos faz viver, minimiza a autocomiseração e nos dá motivo para pegarmos a vida de frente e sairmos da perda vitoriosos. Nem sempre a raiva é má ou nos faz mal. Nestes casos, ela nos puxa para cima e pode muito bem ser positiva e até certo ponto construtiva. A par dela, começarmos a olhar noutras direções e deixarmos para trás quem nunca foi merecedor do nosso afeto e da nossa dedicação é o caminho a seguir. Quem disse que a maior das vinganças era vivermos e sermos vistos com um sorriso no rosto, vivermos bem e verem-nos viver bem, sabia da vida e das coisas do amor.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90