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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Sondagem online dava vitória expressiva ao PS

Numa sondagem realizada online e onde a amostra foi recrutada pelo Facebook, o PS ganharia as eleições com 41,2 % enquanto que a coligação PàF ficaria nos 31,5%

As tradicionais sondagens levadas a cabo nas últimas duas semanas embalaram a campanha da coligação Portugal à Frente (PàF). Mas as dúvidas da fiabilidade destes inquéritos ainda pairam no ar, principalmente no método de recolha dos dados, já que parecem não refletir a realidade da sociedade portuguesa, com amostras muito pequenas e a serem efectuadas por telefone fixo, quando cerca de 60% da população não possui este aparelho electrónico em casa.

Num estudo quase inédito, que partiu da plataforma Facebook e utilizando a técnica da bola de neve, o PS venceria as eleições com 41,2% dos votos, ficando muito perto da maioria absoluta. Já a coligação PáF ficaria nos 31,5%, a CDU conseguiria 8,2%, o Bloco de Esquerda 6,7%, o Livre 7,1%, ficando o restante para os outros movimentos e partidos que concorrem a estas eleições.

Já sobre a percepção de quem seria o próximo primeiro-ministro, António Costa teve a preferência de 71,02% dos inquiridos, Pedro Passos Coelho ficou-se pelos 17,67%. Já 6,01% dos inquiridos preferiu não responder e 5,30% teve a opinião de que o próximo primeiro-ministro eleito seria outro.

Esta sondagem tentou perceber a potencialidade do Facebook para o apuramento das técnicas de sondagens. “Eu encaro como um estudo exploratório pelo facto de ser das primeiras vezes que se utilizou a aplicação Facebook para recrutar a amostra e depois as pessoas responderam a um inquérito online. A amostra não é probabilística, foi dirigida e partiu de uma amostra de conveniência, que são as pessoas que lêem as minhas publicações e que depois as vão partilhando. Foi o processo viral do Facebook que engrossou o número de respondentes”, explica António Alves, autor da sondagem.

A sondagem deve ser encarada como um estudo sobre indicadores de tendências e não como uma previsão de resultados eleitorais e, segundo António Alves, foi uma “tentativa de fugir ao grupo fechado dos telefones fixos. Considero que as amostras recolhidas a partir das listas telefónicas são aleatórias na escolha dos elementos e que não são representativas devido ao facto de muitos portugueses não terem telefone fixo”.

As potencialidades da plataforma Facebook permitem fugir a este expectro e atingir um maior número de potenciais inquiridos, onde a maior dificuldade é “conseguir amostras probabilísticas, mas podem ser desenvolvidas técnicas para seleccionar as pessoas aleatoriamente”.

Responderam a este inquérito 1469 pessoas, das quais 96% declararam a intenção de ir votar e somente 4% disse que se abstinham. Quanto ao sexo, 30,5% são do sexo feminino e 69,5% são do sexo masculino. Já quanto à idade, 218 pertencem à faixa etária compreendida entre os 18 e os 30 anos, 857 pertencem ao grupo 31-50 e 328 tinham 60 ou mais anos.

Tendo em conta os resultados das eleições legislativas de 2011, foi considerado que existia um viés à esquerda de 4,4% e que foi considerado nos resultados finais.

No entanto, este estudo sobre indicadores de tendências de voto acabou por não reflectir o resultado das eleições legislativas de 2015, em que a coligação PàF venceu, mas sem maioria absoluta.

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