Pouco mais de uma dezena são os “empresários” do ensino afectados pela aplicação da Lei e da Constituição aos contratos de associação. Acontece que estes cavalheiros se pagam a si próprios e aos seus familiares ordenados milionários – para o que construíram escolas faraónicas naturalmente insustentáveis – e são completamente adictos em ir “comer à manjedoura” do Orçamento e, como é natural, não sabem fazer negócios sem a mercê da teta do dinheiro dos contribuintes.
A falta de escrúpulo destes sujeitos, avalizada pelos – agora surpreendentemente Keynesianos – Passos Coelho e Assunção Cristas, fica bem demonstrada com o total despudor no atropelo da “concorrência” – recorde-se que são menos de 3% dos Colégios privados – e da “mão invisível”, usando professores assustados, pais ricos que gostam de pagar menos pelas mordomias e pais não tão ricos manipulados pela legítima ambição de utilizar o “elevador social” para os seus filhos. O mais abjecto, mesmo, é ver estas alminhas despudoradas utilizar as próprias crianças para defender os seus interesses mercenários.
Grande parte destas escolas são confessionais e ideológicas, ninhos de perpetuação do poder e do tráfico de influências, daí o escândalo do sr. Cardeal Patriarca de Lisboa. Acontece que o Papa Francisco em declarações à publicação Argentina Los Andes, a 5 de Fevereiro, sustentou o que se pode ler abaixo:
O Papa alerta para a “corrupção educativa” nas escolas privadas
Francisco falou sobre as escolas privadas subsidiadas no Congresso das Escolas Ocurrentes. E alertou para “corrupção educacional” de entidades privadas como um dos “perigos da educação” detalhando “um dos perigos, se for um direito inclusivo para poucos e exclusivo para muitos, é ser comércio.”
O santo padre criticou “as escolas, até mesmo de freiras, essas para onde os ricos vão, têm muitos subsídios”, e pronunciou-se a favor da atribuição de “subsídios às escolas de bairros carenciados”.
“O que é necessário fazer é baixar a percentagem de subsídios das escolas que dizem “nós cobramos uma mensalidade muito reduzida'” num recibo, mas noutro recibo referem “ajuda cultural para a comunidade de tal” e neste, cobram uma barbaridade. Desta forma roubam ao Estado. É um perigo para a educação, a corrupção educacional”, alertou Francisco.
Durante o seu encontro e em diálogo com jovens participantes no programa Escolas para a Cidadania, o Sumo Pontífice contou a sua experiência em escolas locais, enquanto Arcebispo de Buenos Aires, e como do trabalho dos professores José Maria del Corral e Enrique Palmeyro nasceram as Escolas Ocurrentes, em Agosto de 2013
Recordou ainda que, em Buenos Aires, chegaram a ser aprovados 37 projectos de alunos que se juntaram à rede de escolas locais criadas por ele para discussão dos problemas comuns e chegar a soluções viáveis; foi este o embrião das Escolas Ocurrentes.“
“Aqueles jovens apresentaram 37 projectos que foram aprovados. Vocês também são capazes de o fazer”, disse o santo padre.
Durante o encontro, o Papa Francisco e Bullrich confirmaram que a Argentina replicará “na CABA e nas 23 províncias” o programa das Escolas para a Cidadania que pretende promover a participação da juventude na sociedade.”
Deverá, portanto, o Sr. Cardeal Patriarca ir validar algumas das ideias pouco Cristãs que vem defendendo junto daquele que se senta na cadeira de Pedro e calça as suas sandálias.