Músico, ator, escritor, produtor, narrador, filantropo, ativista, ecologista, desportista, macrobiótico, budista, Sting é um verdadeiro homem da renascença, um cidadão do mundo cuja voz expressa a sua arte com a mesma devoção com que apoia o planeta, os oprimidos e os mais pobres.
Nascido a 2 de Outubro de 1951 em Wallsend, Newcastle, Inglaterra, Gordon Sumner era o mais velho dos 4 filhos de um leiteiro e de uma cabeleireira. Educado na religião católica, influência da sua avó irlandesa, o jovem Gordon ajudava frequentemente o seu pai na distribuição diária do leite e possuía excelentes qualidades como atleta, cuja carreira prematuramente abandonou. Aos 10 anos apaixonou-se pelo som de uma guitarra clássica, abandonada por um emigrante espanhol amigo do seu pai. Apesar de ser canhoto, manifestou desde logo um talento natural para a música, compondo e organizando as suas próprias músicas.
Na adolescência frequentou a St Cuthbert’s Grammar School, em Newcastle. Sempre que podia dava uma volta pelos bares da cidade, principalmente o Club A-GoGo, onde escutava temas dos Cream e de Jimi Hendrix, que sempre influenciaram a sua música. Após o ensino secundário foi condutor de autocarro, trabalhou na construção civil e no Departamento de Impostos, até entrar no Northern Counties College of Education da Northumbria University e se formar como professor em 1974. Depois foi professor durante 2 anos no St Paul’s First School em Cramlington.
Ao final do dia, aos fins de semana e quando tinha férias escolares tocava em bandas de jazz como os Phoenix Jazzmen, a Newcastle Big Band e os Last Exit. Gordon Solomon, o leader dos Phoenix Jazzmen, alcunhou-o de “Sting” (ferrão) por causa da camisola de riscas pretas e amarelas com que costumava tocar. A alcunha entrou de tal forma na sua vida que numa entrevista em 1985 referiu: Os meus filhos chamam-me Sting, a minha mãe chama-me Sting. Afinal, que é este tipo chamado Gordon?”.
Em 1977 Sting muda-se de Newcastle para Londres. Viviam-se tempos intensos de explosão musical, com a geração punk a dominar as novas tendências. Sting conhece Stewart Copeland e Henri Padovani e formam The Police. Pouco tempo depois Henri é substituído pelo virtuoso guitarrista Andy Summers e o irmão de Stewart Copeland, Miles, torna-se manager da banda. Apesar de inspirados pela vaga do punk, o som dos Police é diferente, sentindo as influências do reggae e da pop mais minimalista. Miles fica surpreendido com uma canção de Sting, denominada “Roxanne”, e consegue-lhes um contrato. No entanto o som da banda não é bem aceite. Numa decisão imprevisível os Police rumam aos Estados Unidos para tentarem a sua sorte.
Nos EUA viajaram de carro e praticamente sem dinheiro, dando concertos em salas obscuras de cidades perdidas, longe dos grandes centros e das tendências musicais. No entanto, o virtuosismo da guitarra de Andy, a hiperatividade da bateria de Stewart e sobretudo a personalidade e a atitude “pin-up” do baixista Sting foram tornando os Police numa banda de culto, consolidando a pouco e pouco a sua legião de fans. O seu som era cada vez mais apreciado, o que lhes valeu o regresso a Inglaterra e a reedição de “Roxanne”. Seguiu-se em 1978 o primeiro álbum do grupo “Outlandos d’Amour”, com o qual se abriram as portas do sucesso e seu reconhecimento nos meios musicais.
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Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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