PS4, PC
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Desde que existem videojogos que os títulos de combate afirmam todo o seu potencial, desde logo nos jogos de arcada como depois nas consolas. Nesse capítulo, a franchise da Capcom sempre se impôs e cresceu com os diferentes suportes, afirmando Ryo & companhia nos mais poderosos combates de artes marciais.
Os seus atributos mantiveram-se intocados até ao actual Street Fighter V, que surge oito anos após Street Fighter IV. Seja a opção pelo estilo cartoon na narrativa das personagens, ou a conservação do lado artístico do design, tal como o formato dos combates em campeonato do mundo e o modelo de combate de deslocação lateral.
E longa tem sido a disputa entre os seus temíveis concorrentes – Mortal Kombat e Tekken – embora quem surge primeiro no mercado acabe sempre por manter viva a chama do estatuto.
Algo que se cumpre nesta edição V, mas igualmente com alguns reparos dignos de nota.
Saúda-se a localização do jogo em português, se bem que do Brasil, a sugerir que nos exercitemos no ‘treinamento’ ou que acedamos ao ‘saguão’, o lounge de combate. Mas, caramba, estes são apenas pequenos detalhes que não afectam em nada o estatuto de SFV e que ajudam, até bastante, os jogadores com menos conhecimentos de inglês, para seguir todo o modo história, com os habituais e sempre notáveis quadros desenhados.
Já menos perceptível é a ausência de um modo arcade, na versão PS4 de que dispomos, decisivo para quem optar pelo modo single player e não fazer logo o log in. Porque se não o fizer ficará de imediato impossibilitado de aceder à Partida de Rank, para medir forças com os jogadores online, a Partida Casual ou Saguão de Batalha, todas a exigir o log in, ou ligação à Playstation Network. E aí, caros leitores, já se sabe que se arriscam a levar uma sova, se não estiverem na vossa melhor forma.
Se for principiante nada como começar pelo ‘treinamento’, até porque necessitará de dominar as inúmeras combinações de combate e defesa se quiser fazer bonito nos modos ‘versus’, contra outro jogador em ecrã dividido, mas mais ainda no modo ‘sobrevivência’, em que o nível de energia terá de durar o maior tempo possível ou o maior número de adversários.
No modo ‘história’ começa por seleccionar uma das 16 personagens disponíveis, e evoluir a narrativa de cada lutador. Por exemplo, a ‘nossa’ Mika leva-nos a Londres onde mostra as suas habilidades através dos quadros de cartoons, espancando um adversário ao lado de soldados da rainha foliões, ou, porque não, combater com a igualmente sensual Laura nas favelas do Rio.
Seja como for, todos os outros aguardam a sua vez: Chun-Li, Nash, Veja, Karin, Ken, Cammy, M. Bison, Birdie, R. Mika, Zangief, Dhalsim, Rashid, F.A.N.G. e, por fim, Necalli.
Se é verdade que o modo de combate está ao nível do esperado, já se percebe menos como os menus de jogo evoluíram muito pouco desde o antecessor, revelando um design e um lettering antiquado, digamos, muito século XX.
Uma das principais novidades é a barra V e as suas principais técnicas onde se inscrevem novas, como os V-Skills, V-Reversals ou V-Triggers, ataque único de cada personagem.
Mas vamos ao combate que se faz tarde. Atrevemo-nos, ainda assim, a iniciar o treino com a curvilínea R. Mika, bem servida pelos seus seios de silicone, mas com atributos de combate capazes de arrumar os adversários mais cotados e destruir parte dos cenários.
É por isso que ficamos por aqui, pois temos ainda de voltar ao ginásio para recuperar parte da forma perdida.
Em resumo: Esperava-se um pouco mais de SFV, já que a concorrência neste segmento é tremenda e não dorme em serviço. A ausência do modo de jogo arcade é o maior erro da Capcom, se bem que o os menus de jogo podiam ser bem mais atractivos.