A transferência de 41 árvores localizadas junto ao Parque Verde da Várzea, em Torres Vedras, tem gerado forte gerou controvérsia entre os moradores, com vários munícipes manifestando discordância em relação àquela operação da Câmara Municipal.
As redes sociais têm sido inundadas com posições contrárias à remoção das árvores, embora a autarquia já tenha vindo esclarecer que não se trata de um “abate” mas sim de uma “substituição”.
Dois moradores daquela artéria, Ana Botica e Victor Silva, levantam duas objecções ao projecto da Câmara. Em primeiro lugar, “as árvores que vêm substituir os freixos não vão proporcionar sombra a esta rua, numa das zonas mais expostas ao sol que a cidade tem, por serem de porte e copa baixos”. Em segundo lugar, referem, “o sucesso da transplantação dos freixos é tecnicamente inviável, porque tem de obedecer a procedimentos específicos, nomeadamente ser efectuada no período de dormência da árvore, ou seja, no inverno”.
“Ao serem retiradas do local, as raízes dos freixos devem estar envoltas no torrão original para as manter no sítio e proteger. As raízes e o torrão têm que ser envoltos em serapilheira para que o torrão não se solte, deixando-as expostas e vulneráveis. Nenhum destes factores está a ser tido em consideração, referem ainda aqueles dois moradores.
Estas manifestações de desagrado já motivaram um esclarecimento por parte da Câmara Municipal, reafirmando que as árvores vão ser transplantadas para a margem do rio Sizandro. “A transplantação justifica-se pelos danos verificados em infra-estruturas subterrâneas, assim como no próprio pavimento”, refere o documento, acrescentando que a operação será feita aproveitando a intervenção no local no âmbito da extensão da rede de ciclovias.
A Câmara informa ainda que “os freixos que actualmente se encontram na referida rua serão substituídos por árvores-de-júpiter, uma espécie ornamental de menor porte e adequada a alinhamentos urbanos. O seu sistema radicular é diferente das árvores anteriores, uma vez que se trata de uma espécie de médio porte que poderá alcançar os seis metros de altura, enquanto os freixos são árvores de grande porte que podem atingir os 15 metros”.
Mas a contestação continua, no local e nas redes sociais. Há uma página que apela a que os torrienses tirem uma foto ao lado de uma das árvores que vão ser mudadas. Há também uma petição, já com mais de uma centena de assinaturas, onde os subscritores alegam que a transplantação dos freixos “é tecnicamente inviável” nesta altura do ano, já que pode colocar em causa a sobrevivência das árvores.