Agora recomendam-se o uso de máscaras nos lives de certos cantores porque certas melodias revelaram-se fedorentas, segundo algumas verdades contadas por comadres zangadas…
Ou desamadas. Mas a verdade é que sem máscara não vais a lado nenhum. A pandemia vai-se alastrando a cada dia digerindo vidas e vivências, tornando-nos miseráveis material e psicologicamente, numa submissão forçada ao sistema. Os valores morais como a lealdade e empatia vão-se fundido ao preço de uma improvisada cesta básica enfeitada com uma barra de sabão para desinfectar toda esse pregão que impõe o oportunismo. E a sigla do partido Salvador bem timbrada para testemunhar a dor.
Redes sociais repletas de apelos que enfeitam o prato vazio de quem grita pelo abraço… E no outro canto uma foto ostentando o pedaço de pão bolorento caridosamente doado. Aqui e acolá vão surgindo as manchetes, testemunhando cada cêntimo presumivelmente gasto nesta nesta guerra contra o invisível com consequências visíveis. Orações se dissolvem no espaço poluído pela ganância deste povo oportunista que vê na febre uma oportunidade de negócios… Até a chuva nos esquivou… Já não havia corações para inundar… Enquanto os de direito vão apelando o confinamento, seres ditos superiores enfrentam a morte, atropelando regras e decretos…
Assim vamos nós, consolando o nosso paladar com folhas de mandioqueira que cresce generosamente na banheira da mãe incansável que acredita que depois da tempestade vem a bonança…
Enquanto isso, traça-se projectos de agricultura, pois descobriu-se que não só do petróleo vive o homem… E que a definição de prudência passa por importar menos, sobretudo os produtos que podem ser produzidos localmente. Do outro lado o naturopata habilitado súplica por uma oportunidade de mostrar que a cura está nas raízes da nossa diversificada fauna…
O país vai ressurgindo nada tímido para quem está num estado de emergência… A fome devasta menos que a imprudência de certas pessoas que tratam o vírus por tu… Abraçando-o em esquinas fedorentas enfeitadas de lúpulo… Na mesa de quem pode… Banquetes que simulavam a antecipação do natal… Na mesa do pobre um pão timbrado a lágrimas o nome do partido doador…
A autora escreve em PT Angola
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