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Sábado, Novembro 2, 2024

Tarcísio e Feder destroem a educação pública paulista com projeto nefasto

Francisca Rocha
Francisca Rocha
Professora Francisca é dirigente licenciada de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e de Finanças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB

Desde que assumiu o governo de São Paulo em janeiro do ano passado, o governador Tarcísio de Freitas vem promovendo ações contra os interesses da maioria da população, justamente aquela que com o seu suor diário sustenta a economia do estado mais rico da nação.

O serviço público foi escolhido como bode expiatório pelo político de extrema direita, a começar pela destruição da saúde e da educação. Já na escolha do empresário Renato Feder para dirigir a secretaria da Educação, sabendo do desmonte promovido por ele no Paraná, mostra a intenção de acabar com a educação pública no estado.

Com Feder, a Secretaria Estadual da Educação está um total desastre. Chegou a recusar o material didático do Ministério da Educação para pôr em seu lugar plataformas digitais com erros de conteúdo gravíssimo, além de tentar substituir a inteligência humana de professoras e professores pela chamada inteligência artificial, inclusive com material de empresa de Elon Musk, inimigo do Brasil.

Além de uma atribuição de aulas totalmente atribulada e descabida, mais recentemente houve a denúncia de utilização de vídeos do grupo de extrema direita MBL, que seria Movimento Brasil Livre, mas na verdade é defensor do Brasil preso aos interesses do sistema financeiro internacional, notadamente dos Estados Unidos.

Além de todo esse descaso com uma área tão vital pra o desenvolvimento de qualquer país, estado ou município, o desgoverno fascista que3r implantar um projeto de escola cívico militar, que beneficia absoluta minoria e doutrina crianças e jovens par ao ódio, a violência e a discriminação.

Agora, Feder e Tarcísio retomam o projeto nefasto de fechamento de salas de aula, em pleno andamento do ano letivo, com a desculpa de uma adequação motivada pela desistência de estudantes em estudar.

Na verdade, somente no ano passado foram fechadas mais de 300 salas de aula causando mais superlotação com turmas beirando os 40 alunos por classe. O que prejudica enormemente o desenvolvimento do processo de aprender e ensinar, porque dificulta a ação das professoras e dos professores em averiguar o desempenho individual de seus alunos. Coisa que nenhuma inteligência artificial tem condições de fazer plenamente.

O governador e o empresário responsável pela Educação pública no estado ignoram os efeitos perversos da pandemia na evasão escolar porque o ex-presidente, agora inelegível, não tomou as providências necessárias para a proteção das trabalhadoras e trabalhadores no período de isolamento social.

Com  o crescimento do desemprego, a juventude pagou o pato e com aulas remotas totalmente mau planejadas junto com a necessidade das famílias, crianças e jovens foram para o trabalho infantil.

Com isso, a evasão escolar, entre os anos de 2020 e 2021, no Ensino Médio no Brasil aumentou 128%, saindo de 165 mil para 377 mil estudantes fora das escolas. Somente no estado de São Paulo em 2019, 30.312 estudantes desistiram da escola, em 2020, mais 6.358 e em 2021 mais 53.153.

Agora, em vez da secretaria procurar formas de reinserir esses estudantes na escola, faz é fechar salas de aula, cortar verbas da educação pública e procurar fórmulas para perseguir e humilhar professoras e professores. E, ainda por cima superlotar as salas de aula.

Para enfrentar esse total menosprezo pelo serviço público, principalmente pela educação e pela saúde, é preciso unir educadoras e educadores, estudantes, mães e pais de alunos e toda a sociedade para defender a educação pública gratuita, de qualidade, diversa, democrática e que abranja toda a diversidade humana.


Texto em português do Brasil

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