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Quarta-feira, Julho 17, 2024

Temporada de “o homem que” termina esta semana

Termina esta semana a temporada de “o homem que”, a instalação/espectáculo criada pel’A Escola da Noite a partir da obra de Augusto Baptista. Entre quinta-feira e domingo, os espectadores têm as quatro últimas oportunidades para mergulhar no singular e multifacetado universo criativo do escritor, fotógrafo e desenhador (e jogador de tangram).

Com dramaturgia e encenação de António Augusto Barros e direcção plástica de Ana Rosa Assunção e António Augusto Barros, “o homem que” estreou a 6 de Junho no Teatro da Cerca de São Bernardo e tem vindo a surpreender o público com a rica e diversificada obra de Augusto Baptista. Os enigmas que cobrem a fachada do Teatro são o ponto de partida para uma viagem às criações do autor. No foyer, no bar e na sala principal, há três exposições de fotografia e muitos desenhos seleccionados a partir dos vários livros publicados por Augusto Baptista. Já em palco, depois de um percurso pelos diferentes espaços, o público pode assistir a um espectáculo de cerca de 50 minutos, no qual os quatro actores do elenco da companhia interpretam mais de duas dezenas de textos curtos de Augusto Baptista, alguns dos quais inéditos.

Uma “imagem fiel” da obra de Augusto Baptista

“o homem que” (título retirado de um dos livros de contos do escritor) é “uma imagem fiel daquilo que é a essência da obra de Augusto Baptista”, disse o investigador e professor universitário José António Gomes numa conversa sobre o trabalho do artista, realizada no passado sábado, na Livraria do Teatro. Na mesma ocasião, o também escritor classificou Baptista como “um artista da escrita”, identificando e elogiando algumas das principais características do seu trabalho: a experimentalidade, a ousadia formal, a reinvenção de formas e de modos de expressão, o estilo próprio que foi capaz de criar, a irreverência, o “extremo sentido de humor” e ainda a sua “capacidade de criação de beleza através da escrita”. “O que o Augusto escreve desafia o pensamento – acrescentou José António Gomes: “são textos que interpelam e inquietam”, revelando um “sentido crítico agudo em relação à sociedade e à condição humana”.

Um “brincante” das letras e dos significados

Na mesma conversa, o jornalista Fernando Madaíl lamentou o facto de a obra de Augusto Baptista permanecer tão desconhecida do público, e classificou a sua “inventiva ímpar” como um “caleidoscópio de talentos e de caligrafias, de sarcasmos e de encantamentos, de minúcias e de inquietações, de reflexão aturada e de concretização obsessiva”. Sem deixar de concretizar os exemplos de singularidade que encontra na fotografia, nos desenhos e no trabalho sobre o tangram de Augusto Baptista, Madaíl salientou o rigor e a criatividade da sua escrita: “caracteriza-se pela escolha da palavra precisa, exacta, diria mesmo definitiva – isto é, nenhuma outra exprimiria melhor uma situação, uma paisagem, um sentimento, uma desgraça, uma ternura”. “Beneficiando de um atento ouvido para o linguarejar do quotidiano, de uma pupila treinada para captar o absurdo do dia a dia, de uma apetência para desconstruir adágios, este ‘brincante’ das letras e dos significados transforma tudo com o seu peculiar lirismo ácido” – resumiu o jornalista.

Também nas redes sociais os espectadores que já visitaram a instalação/espectáculo têm dado conta da sua surpresa e do seu deslumbre perante uma obra que muitos desconheciam. “genial”, “mágico e feliz”, “delicioso”, “ grande rigor”, “maravilhoso”, “fantástico” e “imperdível” são apenas alguns dos comentários deixados pelo público, que A Escola da Noite disponibiliza no seu blogue, numa página especial dedicada ao espectáculo onde é ainda possível aceder a vários textos e desenhos do autor.

As quatro últimas oportunidades

Com as interpretações de Igor Lebreaud, Maria João Robalo, Miguel Magalhães e Sofia Lobo, “o homem que” entra agora na fase final da sua temporada. As últimas quatro sessões têm lugar na quinta-feira, dia 27 de Junho (às 19h00, no novo horário recém-estreado pela companhia neste dia da semana), na sexta-feira e no sábado (28 e 29 de Junho, às 21h30) e no domingo, dia 30 de Junho, às 16h00. Os bilhetes custam entre 6 e 10 Euros, excepto à quinta-feira, onde continua a ser praticado um desconto de 50% para todos os espectadores e os bilhetes têm o preço único de 5 Euros.

Dada a lotação limitada da sala e a procura esperada para estas últimas sessões, é altamente recomendável a compra antecipada ou a reserva dos bilhetes pelos contactos habituais do Teatro:


Os assinantes solidários do Jornal TORNADO têm Desconto de 50%, em dois bilhetes para cada um destes nos espectáculos.



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