O suspeito, julgado em plenário, faleceu depois de se esvair sem nunca deixar de sustentar que tudo o que fazia era para “ascender ao céu” – afirmação que as autoridades ouviram vezes sem conta. O governador do Estado e o Presidente da Câmara consideraram a hipótese de internar o suspeito, por natural loucura aparente, mas este manteve-se firme durante todo o julgamento, repetindo várias vezes que era filho de deus. O juri considerou-o culpado em julgamento sumário.
Este terrorista foi apanhado esta quinta-feira. A polícia local fez uma operação na noite de ontem no Monte das Oliveiras, perto da casa que servia de base ao grupo. Pelo menos um polícia ficou ferido durante a detenção do cabecilha. O grupo operava nos subúrbios e tinha, há poucas semanas, organizado um atentado na grande feira da cidade, usando um burro como disfarce para se introduzir entre os civis.
O cabecilha e o grupo são conhecidos das autoridades há, pelo menos, três anos. No dia da detenção, o cabecilha usou uma arma de chicote para destruir lojas e ferir com gravidade alguns civis que trabalhavam pacificamente. Só a pronta intervenção das autoridades locais preveniram que se criasse um caos maior num dia festivo, em que mais de 300 mil pessoas celebravam a chegada da Primavera.
O grupo terrorista tem, pelo menos, mais 12 operacionais e esteve reunido na noite anterior à detenção. A polícia não sabe se, depois da condenação do autor físico e moral do atentado, os restantes se preparam para alguma retaliação. “As mensagens de ódio e a violência que cresce no seio das nossas cidades tem de ser combatida imediatamente. Os nossos valores fundamentais estão em causa e se for necessário perder alguma liberdade em troca da segurança, teremos que o fazer, sob pena de milhares sofrerem consequências graves”, afirma uma fonte da polícia militar.
A polícia vai manter os raids aos bairros problemáticos da cidade, uma vez que são locais onde, normalmente, não consegue entrar sem que haja violência contra as autoridades. Um responsável político afirma: “É muito difícil evitar estes actos de terror, que são indiscriminados, cobardes e levados a cabo por aqueles que querem fazer do medo uma arma, e levam nisso uma vantagem como todos os cobardes desta vida. O que não se deve fazer é permitir que nos paralisem”. Por isso mesmo “temos de começar por rezar pelos que morreram e combater estes loucos”.
As autoridades temem, porém, que o corpo do terrorista possa vir a ser roubado, porque o grupo que o segue não deseja perícias adicionais.