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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Timor-Leste: CNE organiza debate eleitoral em tétum e português

J.T. Matebian, em Timor-Leste
J.T. Matebian, em Timor-Leste
Correspondente em Timor-Leste.

A CNE de Timor-Leste vai organizar um (inovador) debate entre os 16 candidatos a Presidente da República, com algumas perguntas em tétum e (apenas) uma única questão em língua portuguesa. Trata-se de uma sábia decisão da CNE porque sendo o tétum e o português línguas oficiais da RDTL, o futuro Presidente da República tem que conhecer as duas línguas.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Timor-Leste, presidida por José da Costa Belo, iniciou o processo de preparação do debate que se irá realizar num Hotel de Díli, no dia 15 de Março de 2022, a partir das 8:00 horas da manhã, com a duração de quatro horas e acompanhado por uma painel constituído por três intelectuais timorenses.

O debate é muito esperado já que será com todos os candidatos em simultâneo e as perguntas serão seleccionadas de um conjunto de mais de 50, recolhidas a semana passada junto das principais universidades, ONGs, órgãos de comunicação social e de outras instituições.

Mas, a decisão da CNE, algo inédita e inovadora, apesar de estar a merecer a concordância dos principais candidatos, está a ser problematizada pelos apoiantes dos candidatos que não sabem ou não dominam a língua portuguesa, onde se inclui a candidata do Partido Kmanek Haburas Unidade Nasional Timor Oan (KHUNTO), Armanda Berta dos Santos, actualmente membro do governo.

O Presidente da RDTL tem que saber tétun e português

A verdade é que o futuro Presidente da República de Timor-Leste terá que relacionar-se com outras entidades, nomeadamente de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, países irmãos de Timor-Leste, o que implicará saber português, e também para actualizar-se em matéria nacional e internacional, com o apoio de livros, instrumentos jurídicos e outros documentos em língua portuguesa.

O Vice-Presidente da CNE, Domingos Barreto, entrevistado pela Rádio e Televisão Pública de Timor-Leste (RTTL) invocou a Constituição da RDTL para fundamentar a legalidade da decisão. De facto, nos termos do Ponto 1 do Artigo 13º da Constituição da República Democrática de Timor-Leste (CRDTL), “o tétum e o português são as línguas oficiais da República Democrática de Timor-Leste”.

A decisão da CNE mereceu a concordância de quase todos os candidatos, onde se incluem Ramos Horta, Lere Anan Timur e Francisco Guterres (Lú-Olo), entre muitos outros, tendo recebido a discordância do KHUNTO.

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