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Terça-feira, Dezembro 24, 2024

Poder Local promove a inclusão

Joaquim Ribeiro
Joaquim Ribeiro
Jornalista

Nos dias 27 e 28 de Maio sobe ao palco do Teatro-Cine de Torres Vedras o espectáculo musical “Onde está a magia?”, que resulta de uma parceria entre a Escola de Dança da Tuna Comercial Torreense e a APECI (Associação Para a Educação de Crianças Inadaptadas).

O espectáculo performativo, do tipo musical, junta duas dezenas de utentes da APECI com os cerca de cem alunos da Escola de Dança. Reúne as vertentes próprias deste tipo de evento: canto, dança e representação. As letras das músicas foram traduzidas para português, haverá poesia cantada e os restantes textos são da autoria de Francisco Malhado, que também é o encenador e coreógrafo, juntamente com Lucilina Sobreiro.

A nossa ideia é conseguir que jovens portadores de deficiência tenham contacto com os alunos da nossa escola, porque o preconceito parte logo a partir das camadas mais jovens”

Os textos e as canções estão elaborados de uma forma que todos as possam cantar e dançar. Francisco Malhado espera que, deste modo, todos “se identifiquem com as músicas e esperamos que também se identifiquem com o conceito de um espectáculo incluso, onde estamos em pé de igualdade”.

Sobre a história, Francisco Malhado revelou que as personagens andam todas à procura de uma magia, até que no final percebem que a magia está no coração de cada um de nós, combatendo o preconceito. “A mensagem que queremos transmitir é que andamos a vida inteira à procura de algo, quando esse algo está em nós desde o início, é só preciso puxar por ele”, adiantou.

Espectáculo incluso

A ideia para um espectáculo desta natureza não é recente. A Escola de Dança de Torres Vedras tem uma relação antiga com a APECI, desde que iniciou uma parceria que permitiu a participação em eventos de angariação de fundos, nomeadamente para a construção do lar da instituição. Nessas participações nas festas anuais de Dezembro a relação entre as duas entidades foi-se fortalecendo.

A parceria foi-se enraizando cada vez mais até que uma vez ficámos de fazer um espectáculo conjunto, que não era para ser desta dimensão, era para ser mais humilde, mas como gostamos de arriscar e de fazer sempre melhor fizemos esta produção” Confidenciou Francisco Malhado.

O coreógrafo explicou ainda que começaram por ter aulas com os alunos da APECI, de forma a perceberem as capacidades de cada um e adaptarem os textos a eles. Refira-se que algumas coreografias estão construídas para alunos em cadeira de rodas. “Isso é um factor muito importante, porque não basta que os alunos da APECI se adaptem a nós, temos também nós de nos adaptar a eles”, disse.

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