Contactado pelo Notícias ao Minuto, o director comercial de outsourcing da Randstad respondeu não ter sido “recebida qualquer queixa relativa a este ou outros serviços na PT”. Mas, Danilo Moreira, presidente do Sindicato de Trabalhadores de Call Center revelou àquele site ter recebido queixas várias, nomeadamente relacionadas com “questões contractuais” e alusivas à PT do Areeiro.
Uma das queixas recebidas pelo Notícias ao Minuto apontou ser exigido a cada trabalhador que resolva “1,7 processos por hora”, tempo manifestamente insuficiente para tratar dúvidas mais complexas.
Após oito horas a atender telefones… outro turno
Outra das denúncias refere-se à alteração abrupta das regras e ao excesso de horas de trabalho. “Já aconteceu, ao final de oito horas de trabalho, pedir-se outro turno… e o dia de trabalho seguinte começa uns minutos depois”, revela outro dos trabalhadores queixosos.
Além da pressão, dos horários e dos objectivos inatingíveis, os trabalhadores do call-center da PT denunciam ainda a “falta de condições de higiene”, o “ambiente horrível”, que inclui “gritos de chefias pelo corredor”, excesso de controlo e “má educação”.
No entanto, apesar das denúncias, as entidades empregadoras negaram conhecer a situação, negando também ter recebido qualquer tipo de queixas de empregados. Aludindo à precariedade que abunda nesta área de actividade, Danilo Moreira disse ao Notícias ao Minuto haver “falta de legislação para esta realidade e a que há não é cumprida”.
Tendo em conta que alguns dos trabalhadores operam no call-center da PT durante vários anos, naturalmente muitos ficam “fisicamente doentes e outros de baixa psicológica”, revela o portal. Mas, a abertura de novas vagas é quase diária, nalguns casos para trabalhar durante apenas um ou dois meses, com contratos diários, acrescenta o site.