A transparência invadiu a semântica político-mediática. Fala-se de transparência porque “está de moda”. Sem nunca, porém, a definir ou definir os seus campos. E, à fortiori, sem definir os critérios de tais definições (as da ‘coisa’ e dos seus campos). Muitas ONGs, por exemlo, exigem transparência nos campos da política e da economia. Mas recusam-se a divulgar os seus orçamentos, as origens dos seus fundos e os destinos e aplicações deles. Ou seja, recusam-se a que a transparência seja aplicada no campo das ONGs.
No seu campo… Um conhecido jornalista dizia-me hoje, ao telefone, ao falar das obscuras actividades de certo autarca, que “é preciso transparência nisto”. Ficou calado quando, ao responder-lhe, lhe perguntei quantos directores de media manteriam o rabo sentado na cadeira da direcção se fossem abrangidos por essa exigênia de transparência…
Ao fim de um longo silêncio, perguntou-me “então, achas que não é preciso transparência?” A pergunta revela bem como esta storyelling da “transparência” obnubila o racicocínio.
A transparência pode ficar bem em certas roupas mas, naquilo de que tu falas, o que se precisa é seriedade nas pessoas e nos processos, rigor e juizinho e, no fim do caminho, uma pesada moca legal para quem se tenha atrevido a mijar fora do penico”.
Na foto, há transparência aos pontinhos. Ou há uns pontinhos na transparência. Enfim, como se queira… Mas muito cuidado com os pedidos de transparência!
Exclusivo Tornado / IntelNomics
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