Quando chegou a sua vez, a Vez, agradeceu com uma vénia e o porteiro, por sua vez, disse à Vez:
– Tenha uma boa noite.
E depois
– Divirta-se. Chegou a sua vez.
A Vez, entrou sorridente, fez o trajecto até ao balcão, pedindo desculpa cada vez que dava um encontrão em qualquer pessoa, que por sua vez, lhe diziam, «veja lá se para a próxima vez tem mais cuidado».
A Vez que entrou num bar pela primeira vez achou o ambiente fodástico, um termo que de vez em quando os escritores utilizavam para descreverem as vezes que às vezes se desorientavam.
Por sua vez, o coração caçador da Vez, não cessava de olhar para umas jovens que à vez, dançavam umas com as outras, e que por vezes tropeçavam, tantas vezes levavam aos beiços golos de cerveja.
Através dos olhos da Vez aquele mundo estava em chamas e a Vez ficou na dúvida em que mundo se havia de fiar, se no mundo dos escritores, se naquele que por sua vez presenciava.
Talvez o melhor fosse optar por uma vez num outra vez noutro.
Às vezes, será melhor assim – concluiu.
Então, Era Uma Vez, uma vez que estava habituada a diálogos cultos entre doidos e uma vez que se soltou deparou com um mundo não governado pela razão.
Pelo menos ali, naquele bar, no meio daquela canalhada miúda que já enfardava cerveja e outras bebidas alcoólicas tantas vezes que a Vez lhe perdeu a conta.
E a Vez, com a tristeza que só às vezes sentia, chegou à conclusão que o uso de Era uma Vez não passa de um esqueleto duma estória sem a alma de uma História.
E foi a sua vez de regressar ao livro de onde saíra essa noite, para, saber de vez qual o seu papel no meio do papel que lhe suponha reservado.
Era uma Vez ficou ainda a saber que não é um livro e não passa de um prólogo para os escritores se safarem quando estão a rasca.
Como eu.