Finalmente, a sua extradição não se revelou possível porque a Tunísia não o tinha reconhecido antes como seu cidadão.
E o que foi feito perante isto? Primeiro prendeu-se um baluque refugiado da perseguição jihadista paquistanesa, apenas porque era refugiado e porque não lhe arranjaram intérprete de baluque.
Depois concluiu-se que era preciso reforçar fronteiras, ignorando que o problema – a doutrinação jihadista – é europeu, e por último, segundo fontes bem informadas, a chanceler alemã começou a preparar o desmantelamento de Schengen, o que, a confirmar-se, será mais uma pedra fundamental europeia a desmoronar-se.
O terrorismo é isto: conseguir pôr a vítima a abandonar toda a racionalidade e a reagir de forma paranóica, servindo objectivamente os interesses dos que perpetraram o atentado. Aqui, não é a expectável cedência à demagogia, mas o silêncio da intelectualidade europeia que me surpreende.
Chaumont Dessus, 2016-12-29