Um cidadão britânico foi detido sob a acusação de tentar roubar uma arma a um polícia, para assassinar Donald Trump durante um dos seus comícios. Entretanto, o empresário decidiu afastar o seu director de campanha, Corey Lewandowski, acusado de agressão a jornalistas.
Hillary Clinton decide reforçar as críticas contra o empresário, enquanto ensaia uma aproximação aos apoiantes de Bernie Sanders, através de promessas que visam combater as desigualdades sociais.
Trump contra-ataca críticas de Clinton e pede mesmo o voto dos apoiantes de Sanders.
Britânico acusado de tentar matar Trump
Michael Sanford, um cidadão britânico, foi detido sob a acusação de tentar matar o candidato republicano, Donald Trump. Sanford terá tentado roubar uma arma a um agente policial, durante um comício do candidato em Las Vegas, confirmaram as autoridades ao jornal The Guardian. As autoridades britânicas em solo norte-americano confirmaram “estar a prestar a devida assistência” ao acusado. Sandford terá dito a um agente que tinha guiado da Califórnia até Las Vegas com o propósito de matar Trump.
O acusado também terá dito que se o libertassem, iria tentar de novo. Alegou estar a viver em solo americano há um ano e meio, e a planear matar Trump há cerca de um ano.
“Está despedido”, disse Trump ao seu director de campanha
Donald Trump demitiu o seu responsável de campanha, Corey Lewandowski, na passada segunda-feira. A CNN entrevistou o antigo braço-direito de Trump na campanha: “não sei”, respondeu quando questionado sobre as razões que levaram ao seu despedimento.
Lewandowski admitiu que a sua demissão chega numa altura em que era necessária uma “evolução” ou “transição”: “estou mesmo muito orgulhoso da campanha, mas também percebo a realidade de construir uma infra-estrutura com o Comité Nacional Republicano”, declarou.
Apesar disso, manteve os elogios ao empresário, afirmando ter sido “um privilégio” trabalhar para ele e sublinhou que tudo fará para assegurar a sua eleição como presidente dos EUA: “acho que ele será o próximo presidente”, frisou.
Clinton reforça argumentos contra Trump e vira-se para apoiantes de Sanders
Hillary Clinton, vai intensificar a argumentação contra o rival republicano, o polémico Donald Trump: num discurso previsto para esta semana na Carolina do Norte e noutro no estado do Ohio, a antiga primeira-dama planeia atacar Trump utilizando como argumentos as suas posições sobre dívida interna, comércio, impostos, segurança nacional, para dar alguns exemplos.
O Washington Post entrevistou Jake Sullivan, conselheiro-chefe da candidata, que não poupou o republicano: “se Trump fosse colocado ao leme da economia americana, enviava-nos a todos para o fundo do abismo”, insistiu, “e as famílias trabalhadoras iriam suportar o fardo desse impacto através da perda de empregos e de poupanças”.
Apesar das mais recentes sondagens indicarem que Clinton está à frente de Trump nas intenções de voto, também apresentam uma clara divisão dos eleitores sobre qual dos candidatos melhor iria gerir a economia do país. Trump disse que a liderança económica da antiga senadora de Nova York seria “um desastre” e que o seu currículo como homem de negócios levaria os EUA ao sucesso.
Porém, Clinton não procura apenas no seu discurso atacar Trump: também quer chegar aos apoiantes de Bernie Sanders, senador do Vermont e ainda candidato à nomeação democrata para concorrer à Casa Branca. As ideias de Sanders, consideradas muito liberais no país, abanaram a estrutura da corrida dos democratas. A campanha de Clinton, que se focava antes sobretudo na classe média, passou também a abordar a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres, um dos temas predominantes nos discursos e apelos ao voto do senador do Vermont.
Contra Trump, a campanha da ex-primeira-dama quer usar o seu currículo de homem de negócios, sobretudo junto das mulheres e eleitores independentes. “Ele tem um historial no sector privado de prejudicar as famílias trabalhadoras e os pequenos negócios”, acusou Sullivan.
… e o empresário contra-atacou
Trump respondeu com rapidez às críticas da antiga senadora de Nova Iorque. Esta semana, o candidato discursou durante 41 minutos, no Hotel Trump SoHo em Manhattan, na cidade de Nova York. Para o empresário, Clinton é “uma mentirosa à escala mundial”, assegurou que ela não criaria novos postos de trabalho e “provavelmente é a pessoa mais corrupta a querer ser presidente”.
“Ela acredita que tem direito ao cargo”, ironizou o candidato republicano, “e a sua campanha tem como slogan “Eu estou com ela”. Sabem qual é a minha resposta a isso? Eu estou com vocês, o povo americano. Ela pensa que isto tem tudo a ver com ela e eu sei que tem tudo a ver convosco”, sublinhou, citado pelo New York Times.
Este é o mais recente ataque de Trump contra a ex-primeira-dama. Noutro comício esta semana, o empresário chegou a colocar em causa a verdade da fé religiosa da candidata, que se declara metodista. Em resposta a este desafio, Hillary Clinton sugeriu que este ataque à sua fé era parte de um esforço para desviar as atenções dos eleitores, para que não se apercebessem das fracas propostas políticas de Trump.
No discurso em Manhattan, que teve mais ataques contra a candidata democrata do que propostas concretas, Trump chegou mesmo a acusar Clinton de ser a responsável da morte do embaixador norte-americano na Líbia. J. Christopher Stevens morreu em 2012 durante um ataque a uma representação diplomática dos EUA naquele país.
Trump também se dirigiu aos apoiantes de Bernie Sanders, senador do estado de Vermont, pedindo-lhes que o apoiassem contra Hillary Clinton, pegando nas próprias palavras do veterano político: “Ela quer ser presidente, mas não tem o temperamento, ou como diria Bernie Sanders, o bom senso, para ser chefe de Estado”, ironizou o empresário, que declarou ser o único capaz de resolver problemas como o mau estado das infra-estruturas rodoviárias e o deslocamento das fábricas e indústrias para outros países, México incluído.