Mas há definições que não merecem ser levadas a sério. São como as estradas de Angola: precisam sempre de melhoramento.
O meu professor da 5.ª classe, por exemplo, dizia apenas que “o sujeito é aquele que pratica acção”. Hoje, o professor das minhas irmãs, colocando um “ou seja” pelo meio, já acrescenta que “o sujeito é o ser sobre o qual se faz uma afirmação”.
Pois, como ia dizendo, a Tudologia é um mambo fodido! Irmã mais nova da vaidade, a Tudologia é casada com a leviandade, mas passa a vida a assediar a ignorância.
A rádio e a televisão, padrinhos do seu primeiro casamento com a irresponsabilidade (do qual nasceram a bajulação e o descaramento), atribuíram à Tudologia um estatuto especial.
E os tudólogos, aproveitando as facilidades concedidas pelos ex-padrinhos, vão dando o show deles avontademente.
Nada lhes escapa.
Como acreditam que sabem tudo, falam sobre quase tudo.
Quando não lhes convém, sob a cumplicidade cobarde dos ex-padrinhos, os tudólogos fogem pelo beco do “entretanto”, subindo pela ponte do “ainda assim” e, depois de galgarem uns quilómetros pela picada do “apesar disso”, descobrem a autoestrada do “na minha humilde opinião”. Aí é só acelerar. Rumo a um sítio chamado nada.
O rei dos tudólogos de Angola é um tipo não tão alto, mas também não tão baixo. Também não é médio. Conseguiram apanhar?
Ok. Vou dar mais umas pistas.
Deixa ver….
Não me lembro do sexo dele. Mas sei que é um excelente praticante do janotismo. Tem uma boca ligeiramente sobressaída, tipo pessoa que não pára de assobiar.
Normalmente, comunica em português. Tem muitos admiradores, mas também não se pode gabar de, ao longo desta rentável caminhada pelos meandros da Tudologia, não ter coleccionado, aqui e acolá, um ou outro inimigo.
Já sabem, certamente, de quem se trata, pois não?
O autor escreve em português de Angola