Os líderes europeus assinaram esta quinta-feira, em Malta, um acordo para criar um fundo de cooperação de 1,8 mil milhões de euros, destinado a ajudar cerca de 35 países pobres do continente africano. O objectivo deste fundo é principalmente dar apoio a iniciativas que venham colmatar as situações de pobreza que empurram as populações destes países para a aventura da migração.
Esta cimeira, que reuniu os representantes de 28 estados-membros da União Europeia e de mais de 30 países africanos, da ONU e da sociedade civil, abordou as questões relacionadas com a crise dos migrantes africanos e termina esta quinta-feira.
Os líderes europeus esperam poder diminuir o fluxo de clandestinos e facilitar o processo de extradição, em colaboração com as autoridades dos países envolvidos. No mesmo dia em que a Suécia decidiu instaurar controlos temporários na sua fronteira, Bruxelas negou que a intenção seja criar uma “Europa-fortaleza”.
O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, explicou, a propósito da decisão tomada pelo seu executivo, que o país enfrenta “uma situação difícil”, pois “A Suécia acolheu muitos refugiados, muito mais do que qualquer outro país, tendo em conta o número de habitantes” e ressalvando que “não estamos a fechar as fronteiras, temos apenas que assegurar-nos que controlamos todos os que chegam ao país”.
A avalanche humana que procura na Europa melhores condições de vida, muitas vezes deixando para trás perseguições e a guerra, está a ser uma prova difícil de enfrentar para os dirigentes políticos dos Estados membros, à procura de um consenso sobre a forma como acolher ou distribuir dezenas de milhares de refugiados.
Entretanto, nas prisões húngaras estão detidos mais de um milhar de sírios, afegãos e iraquianos e a Eslovénia deu início, na quarta-feira, à construção de uma “barreira técnica” junto à fronteira com a Croácia, justificando esta medida com a falta de coordenação entre os países europeus face à crise dos refugiados.
Portugal está representado na cimeira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e dos países africanos de língua oficial portuguesa está presente o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, e a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzy Barbosa.
Nelson Rodrigo Pereira, em Genebra, Suíça