Sim, eles estão crescendo. Nas periferias urbanas das regiões metropolitanas, os evangélicos se disseminaram junto às migrações internas das décadas de 1980 e 1990.Crescem às custas da perda de fiéis da igreja católica, que perde mais de 1% dos seus fiéis anualmente e em 10 ou 15 anos deixará de representar a maioria dos cristãos brasileiros.
Crescem, precisamente, nos territórios onde o Estado e a estrutura da Igreja Católica deixam espaços vazios de assistência estrutural e espiritual. É a religião que das camadas populares, da ralé brasileira. Nas periferias de São Paulo, já são 52 fiéis evangélicos para cada 100 católicos, enquanto no centro da cidade essa proporção é menor (38 para 100).
Desde a década de 1990, ocupam a política de forma expressiva, em geral associando-se os discursos conservadores. Mas serão somente conservadores?
Não. A igreja evangélica está em disputa, em franca disputa. Há setores dispostos a produzir uma grande fissura política em sua cultura, e a fazê-lo de forma organizada. E estão em movimento.
Destaco aqui, a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, um expoente desse processo.
Conhecê-los e apoiá-los será uma tarefa dos setores progressistas no próximo ciclo político. Ou o farão, ou perderão o povo.
Por Debora Medeiro, Médica psiquiatra, pesquisadora em políticas de saúde (Unicamp) e analista de conjuntura| Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial Brasil247 / Tornado
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