de Anton Tchekov, com dramaturgia e encenação de Maria do Céu Guerra
A Barraca regressa no dia 7 de Maio às 19h30 e estará em cena até dia 13 de Junho
Maio
- terça-feira – dia 11, 18, 25 – ÀS 19H30
- sexta-feira – dias 7, 14, 21, 28 – ÀS 19H30
- Sábado – dias 8, 15, 22 – ÀS 17H00
- – e dia 29 – ÀS 19H30
- Domingo – dia 30 – ÀS 17H00
Junho
- sexta-feira – dias 4 e 11 – ÀS 19H30
- Sábado – dias 5 e 12 – ÀS 19H30
- Domingo – dias 6 e 13 – ÀS 17H00
Falamos a sério?
A 15 de Marco de 2020 encerrámos as portas do Teatro Cinearte ao público e aos companheiros da Barraca, que até Maio se mantiveram confinados, suspendendo os espectáculos em cena: “A Torre de Babel”; as pecas integrantes do nosso serviço educativo – “1936 – O Ano da Morte de Ricardo Reis” e “A Farsa de Ines Pereira”; os ensaios de “Ivanov” e a preparação da dramaturgia de “O Elogio da Loucura”.
Durante o período da quarentena, naquela solidão aterradora, fui tendo sentimentos misturados sobre a minha querida obra de Tchekhov de que a razão parecia levar-me a desistir. Rearrumei a minha biblioteca e fui pensando. Reencontrei obras sobre as pestes, reli Camus, Artaud, Jack London, Poe.
A situação tendia para substituir o que tínhamos em mãos e pensar tudo outra vez. Mas uma reflexão mais calma levou-me às razões pelas quais eu queria tanto fazer esta peca.
Afinal a pandemia só era tão assustadora porque o estado do mundo já era assustador: a pobreza, o abandono dos fracos, o aquecimento global, a saúde, o ensino, a cultura a esbracejarem de incompreensão, nos países ricos e pobres, e o mundo a calar-se ou a mentir. Milhões de pessoas a morrerem de fome e outros milhares de milhões a serem gastos por muito poucos a inventar uma rota de fuga para um novo planeta sem riscos… Mentiras. Factos alternativos. Mentiras.
Então voltei aos temas da minha peca: a revelação da mentira e da calúnia assassina como crime e a condenação do mundo que exige uma impossível coragem aos pobres, aos doentes, aos velhos, aos deprimidos. A mentira que mata e a obrigação de resistência a quem não tem onde ir buscá-la.
E reavaliei aquela opinião que gritava de dentro das televisões “é preciso fazer tudo a partir da nova situação da pandemia” e repensei “é preciso fazer tudo a partir da valorização do ser humano”. É isso, o mundo tem de ser revisto pelos olhos agudos de Tchekhov, é preciso verdade, tolerância, generosidade e justiça.
E uma espada desembainhada contra a mentira e a demagogia.
Ficha Técnica
Um Ivanov – Ensaio Sobre a Mentira
- Duração: 2h
- Classificação etária: M/12
- Dramaturgia e encenação: Maria do Céu Guerra
- Tradução: Sinde Filipe
- Música original: António Victorino de Almeida
- Elenco: Adérito Lopes, João Maria Pinto, João Teixeira, Maria do Céu Guerra, Rita Soares, Ruben Garcia, Samuel Moura, Sérgio Moras, Susana Alves Costa e Teresa Mello Sampayo
- Assistentes: Vasco Lello e João Teixeira
- Direcção técnica e desenho de luz: Vasco Letria
- Equipa técnica de operação: Ruy Santos e Ruben Esteves
- Modista: Alda Cabrita Costureira: Zélia Santos
- Cartaz: Luís Henriques
- Fotografia: Maria Abranches
Informações e reservas
A nossa sala passou a ter lugar apenas para 80 pessoas, pelo que é necessária a marcação prévia.
- Tel. 968 792 495 • 913 341 683
- Email. [email protected]
- Bilhete normal: 15,00 €
- Estudantes, Profissionais de Teatro, menores de 25 e Maiores de 65 anos: 10,00 €
Os assinantes solidários do Jornal TORNADO têm Desconto de 20%, em dois bilhetes para o espectáculo.
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