“Um porto com o embarque da rainha do Sabá”, de Claude Lorrain. Nasceu em Chamagne, França como Claude Gelée tendo mais tarde assumido o nome de Claude le Lorrain, ou Claude Lorrain.A paisagem como elemento incrível e deixado ao sabor do imaginário do pintor, que repetidamente recriava ambiências da Roma antiga, ele que lá viveu e se apaixonou pela História da Antiguidade. É uma antecipação do Romantismo, onde a paisagem ocupará o lugar cimeiro em detrimento do ser humano. Aqui, Lorrain, apela à monumentalidade dos edifícios como criação inexcedível digna dos deuses, num diálogo algo irrealista entre alguma realidade e a fantasia.
É de fazer referência também ao grande conhecimento náutico que o artista possuía, de acordo com a maestria do delineamento dos barcos.
Claude Lorrain 1600–1682
Por volta de 1613, Lorrain foi para a Itália, onde passou toda a vida. Iniciou-se na pintura por volta de 1620, aprendendo a tradição da paisagem iluminista fundada por Adam Elsheimer (1578-1610) e divulgada no século XVII pelo flamengo Paul Brill (1554-1626). Lorrain, contudo, superaria os seus mestres, tornando-se o intérprete da luz solar.
Depois de criar cenas que reproduzem fielmente a realidade (é o caso das pinturas “Campo Vaccino” e “Festa na aldeia”, por exemplo), Lorrain dedicou-se à pintura que o tornou imortal: portos de mar em que o sol doura embarcações e palácios, reverberando pela água, e paisagens ensolaradas nas quais encontramos as mais diversas variações da luz. Contudo, de todas as fases do dia, a tarde, o crepúsculo e o anoitecer serão os momentos que mais inspiraram as suas paisagens.
Lorrain deixou para a posteridade, além das pinturas, o seu Liber veritatis (Livro da verdade), um caderno de esboços no qual reuniu não só os desenhos preliminares de cada obra, para evitar falsificações, mas o roteiro detalhado da composição de cada pintura, o nome de quem o havia encomendado e, inclusive, o pagamento que recebeu pelo trabalho.