Na Ucrânia as crianças pedem armas como presentes nesta quadra natalícia.
Na frente, os combates são ferozes e os seu pais caem mortos ou feridos.
As suas mães procuram géneros alimentícios, água, e aquecimento seja ele de que forma for. Ficaram sem tempo para chorar os maridos e fazer o luto devido.
Talvez o venham a fazer um dia; quando a guerra acabar; se conseguirem sobreviver porque a guerra não olha a fardas, idade, sexo, crença, ou outra qualquer especificidade.
Os alvos são as pessoas direta ou indiretamente.
Os prédios ruem atingidos por mísseis e todas as infraestruturas das cidades são destruídas por drones suicidas de forma a que o povo Ucraniano morra seja de que maneira for. O que importa ao assassino, é que morra!
Nas ruínas das localidades fantasmas já não há vida. Já nem os ratos sobrevivem. O solo é infértil e o céu escurecido pelo fumo provocado por mais um bombardeamento. As aves abandonaram há muito o local em busca de outras paragens aonde encontrem alimento e tudo o mais está calcinado.
Nas cadeiras do poder a idiotice reina em absoluto. Perdeu a vergonha. Mas não tem coragem de premir o gatilho. Manda premir o gatilho.
Nas cadeiras do poder os mentecaptos simplesmente dão ordens e fazem valer o seu ascendente sobre os seus servos para que carreguem as armas, matem e sejam mortos.
Ficarão para a História como assassinos em massa a serem recordados pelas gerações do futuro.
Impunes como sempre porque, afinal, o poder, são eles quem o detém.
A geração que hoje pede de presente de Natal uma arma para se proteger e a sua família.
E é por isso que as crianças na Ucrânia nascem entre ruínas, caves, túneis por debaixo do solo e outros locais recônditos.
Noutros Países nascem onde calha, não pedem prendas tão só porque ninguém lhas dará.
As populações fogem em massa enquanto e como podem para outras localidades e outros Países em busca de condições mínimas de sobrevivência.
E, na Ucrânia, a guerra continua sem que se vislumbre o seu fim num País que no início do corrente ano tinha condições médias de vida razoáveis e índices de felicidade satisfatórios.
Dez meses foram suficientes para nós mostrar do que o Homem é capaz por interesse desmedido ao ponto a prenda desejada por uma criança ser uma arma.
A Fé mostra-nos que há dois mil e vinte e dois anos um menino nasceu numa manjedoura porque a sua mãe teve de fugir perseguida por tiranos.
Até hoje às sociedades organizaram-se e evoluíram culturalmente mas não foram capazes de erradicar a maldade associada ao interesse desmesurado de alguns.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90