Fundado em 1919, o Clube Futebol União de Coimbra é um dos mais antigos e históricos clubes do futebol português, embora o União apenas por uma época tenha alinhado na 1ª Divisão. Mas os últimos anos foram penosos para o emblema de Coimbra.
Mergulhado num oceano de dívidas o clube viu-se mesmo obrigado a acabar com a equipa sénior, mantendo apenas nas últimas épocas os escalões de formação. Mas pior do que isso foi o Tribunal de Coimbra ter declarado a insolvência do clube.
Perante tão negro cenário, um grupo de adeptos do clube, com ex-dirigentes e ex-atletas, decidiu avançar com uma solução para salvar o União: mudar de nome ao clube, ou seja: fundar outro clube que mantenha o legado histórico e afectivo do Clube Futebol União de Coimbra, fundado em 1919. Uma solução que até não é inédita, pois outros clubes do futebol português já recorreram a algo semelhante, como foi o caso do Académico de Viseu.
Deste grupo de notáveis adeptos do clube fazem parte Júlio Ramos, Manuel Amado, Juiz Trindade, Vítor Raposo e Joaquim Monteiro, entre outros. O “Grupo Refundador” já registou no notariado o novo nome do novo União de Coimbra – Clube União 1919.
Para o histórico ex-presidente Júlio Ramos, o velho União “já não existe!”. Mas, por enquanto as equipas de jovens que ainda jogam esta temporada continuam com o velho emblema e o mesmo título. Este mudar de nome e… mudar de vida apresenta também alguns aspectos mais complexos que urge assegurar na “transferência” do velho para o novo clube, como o património do União, nomeadamente o Pavilhão/sede da colectividade.
Ao Tornado, Júlio Ramos – que enquanto presidente foi o histórico responsável pela concretização do projecto do Pavilhão – considerou que “a massa associativa do clube está envelhecida e o facto do futebol sénior ter acabado desmotivou as pessoas”. Contudo, realçou que “o União tem muitos adeptos, até espalhados pelo Mundo, e sinto que eles estão preocupados com o futuro do clube”.
Mais do que recuperar no imediato o futebol sénior – o que “poderá acontecer só dentro de cinco anos” – para Júlio Ramos importa “recuperar o clube e o seu antigo eclectismo desportivo”. Para já, o novo Clube União 1919 “já existe no papel”. Mas ainda falta o principal: efectivar a transferência do “velho” para o “novo”, assegurando que o património do clube venha junto.