Abriu, esta segunda-feira, o quinto ano parlamentar da terceira legislatura da assembleia nacional; como tem sido hábito, o chefe-de-estado angolano, José Eduardo dos Santos, apresentou a sua visão sobre a situação do país.
No seu discurso, José Eduardo dos Santos disse que a paz alcançada há 14 anos, devolveu ao povo angolano a esperança em um futuro melhor, num quadro de liberdade, justiça e igualdade social.
José Eduardo dos Santos falou também sobre os ganhos na área dos direitos humanos e qualidade de vida dos cidadãos, da distribuição da economia e igualdade de oportunidades para todos, da consolidação da paz e do potenciamento dos salários, da baixa dos preços dos produtos do mercado. Dos Santos, aproveitou o momento também para falar sobre as próximas eleições, pedindo transparência e lisura no processo.
Algo irónico que aconteceu durante o discurso, é que José Eduardo dos Santos disse que Angola melhorou bastante no sector de Energia, mas minutos depois, metade da província de Luanda ficou sem a mesma energia, facto que frustrou muita gente.
Entretanto, o que muitos angolanos não sabiam é que, ocorreu um facto inédito na assembleia nacional, ou seja, os deputados da UNITA, um dos partidos com assento parlamentar, e que assistiam de perto o discurso do presidente da República, não concordavam com as palavras de José Eduardo dos Santos, e com muita coragem, exibiam cartões vermelhos ao mesmo.
Adalberto da Costa Júnior, presidente da bancada parlamentar do maior partido na oposição, confirmou tal comportamento durante uma entrevista à Rádio Despertar.
O líder parlamentar da UNITA, justificou tal comportamento, considerando que o presidente da república faltou com a verdade.
“Ouvimos o discurso, o Presidente falava de um país que não existe, por causa de ter retratado um país que nós gostaríamos que existisse – quem nos dera que aquele fosse o nosso país real. Nós entendemos que devíamos manifestar ao Presidente a nossa real posição e exibimos-lhe cartões vermelhos durante fases do seu discurso”.
Adalberto afirmou que os cartões vermelhos causaram desconforto a José Eduardo dos Santos.
“O senhor Presidente perdeu a voz umas duas vezes, foi por causa dos cartões vermelhos, porque não foi fácil”
Adalberto da Costa Júnior disse ainda que em Democracia é normal haverem protestos destas e de outras dimensões.
O autor escreve em PT Angola