Os eleitores angolanos votaram durante o dia 24. Segundo a CNE de Angola, com 86,41% de votos escrutinados, o MPLA somava 52,8% dos votos, seguindo-se a UNITA com 42,8%. Estes resultados foram de imediato contestados pela UNITA.
O porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, Lucas Quilundo, referiu que na Província de Luanda, com 77,12% dos votos escrutinados, a UNITA estava à frente com 62,93% dos votos e o MPLA tinha 33,06%.
A UNITA já fez saber que vai contestar os resultados nacionais alegando que as actas enviadas pelos seus delegados em todo o país poderão provar que venceu as eleições. O representante da UNITA em Benguela, numa gravação que está a circular pelas redes sociais fez um apelo à serenidade mas avisou que a Direcção da UNITA vai realizar uma Conferência de Imprensa para contestar os resultados.
A CNE de Angola, como integra Comissários de todos os Partidos políticos, já afirmou que não vê razões para desconfianças, tendo o seu porta-voz afirmado que se não houver concordância o Tribunal será chamado a analisar as queixas.
As eleições decorreram com muito civismo e na opinião dos Observadores, na sua generalidade, foi bem organizada pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, havendo mais de 1200 observadores nacionais e internacionais, sendo estes últimos provenientes do continente africano, União Europeia, CPLP e ROJAE-CPLP.
Vários analistas referem que a ascensão da UNITA pode dever-se à transferência de votos de algum eleitorado descontente do MPLA e também do voto da juventude, principalmente de Luanda, pouco ligada ao passado e desejosa de mudança para a resolução dos imensos problemas existentes, na sua maioria de cariz estrutural.
A Assembleia Nacional de Angola é composta por 220 deputados, 130 do círculo nacional e 90 dos círculos provinciais.
Concorreram às Eleições Gerais de Angola oito Partidos políticos: o Partido Humanista de Angola (PHA), o Partido Nacionalista para a Justiça em Angola (P-NJango), a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), a Aliança Patriótica Nacional (APN), o Partido de Renovação Social (PRS) e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
por Luís dos Santos, Angola