Baixar o imposto sobre as bebidas, parece ser um caminho para o escape… Escapar da pressão causada pela ansiedade desta pandemia mutante. Uma analgésica dose fresca ou quente, a medida do bolso da vítima.
Num momento, em que tudo faz falta, primeiro cria-se uma lei anti alcoolismo, depois em forma de contraste baixa-se os impostos sobre a taxa de importação da mesma… Um trago sabor a armadilha… De alguma forma o dinheiro tem de entrar, ou como veneno ou como antidoto… Entre emolumentos, multa, doações e dízimos os bolsos são espremidos.
Na baforada imaginária solto, a minha forma de protesto, não me atrevo a falar política… Fazer revolução? Nem pensar… Grito com e para os meus botões reclamando da situação, numa mesa de bar ou no balcão da minha cozinha (os únicos parlamentos onde tenho voz). Falo descaradamente, concordo e discordo, “impondo” a mudança, embora sabendo que os truques de magicas são meramente fictícios.
Para um povo que bebe por tudo… (tristezas, alegrias, ansiedades, duvidas e certezas) nada melhor que amortecer os ânimos. Logo pelo amanhecer, bares e garganta renovam os votos de fidelidade, até que um novo estado de emergência nos separem…
Enquanto uns folheiam catálogos de natais, indecisos entre o cabaz master gold ou master gold plus… Outros vasculham contentores em buscam de restos de dignidade, carimbando a diferença das classes…
Cestas básicas para o comtemplado, por reunir os requisitos de pobreza extrema… Não somos todos? Miseravelmente carentes e necessitados, com vidas condiciona a inflação do petróleo (protagonista da nossa economia embora haja outras fontes de receitas ofuscadas por este grande protagonista)
– Ephá é três quinhentos né? 3/500 … Estão bem geladas né? Ephá manda vir duas, duas, Deus é quem sabe… Enquanto a vacina não chega, vamos anestesiando a realidade, porque aqui precisa-se de vacina para tudo.
A autora escreve em PT Angola