A editora espanhola Siloé prepara-se para clonar o “Código Voynich”, considerado o maior enigma editorial da Idade Média. Este livro tem 234 páginas e permanece há 50 anos nas estantes da Biblioteca Beinecke, da Universidade de Yale, de acordo com o jornal espanhol El País. Ainda não se sabe que tipo de livro é, nem ao certo quem o escreveu, nem o tema exacto e muito menos o autor. Há quem avance com as mais variadas hipóteses para o tema do Códice, e há mesmo quem creia que se trate de uma fraude cometida por um génio na matéria. Apesar de todas estas especulações, a editora espanhola, sediada em Burgos e especializada em reprodução de livros medievais, foi a escolhida pela Universidade de Yale. Os proprietários da editora confessaram ao jornal espanhol que sempre tiveram a ambição de clonarem o “Código Voynich” e não escondem a satisfação por terem sido eleitos. Esta editora tem 20 anos e já conquistou doze prémios do Ministério da Cultura espanhol na categoria de trabalho editorial na modalidade fac-símile. As negociações sobre o processo de clonagem desta obra demoraram dois anos o que, para os editores espanhóis, é compreensível, uma vez que defendem ser um processo demorado. Em Fevereiro de 2016, Juan José Garcia e Pablo Molinero, os sócios da Siloé, viajam até aos EUA para executar o trabalho, numa sala própria da Biblioteca Beineck, sob apertada vigilância; García explica que a obra em questão terá de ser trabalhada com extremo cuidado e ao pormenor, não sendo permitidos quaisquer métodos mecânicos.
O código misterioso
O jornal espanhol revela que o livreiro lituano Wilfrid Wojnicz descobriu este código por acaso, numa mansão perto de Roma chamada Villa Mondragone, em 1912, desconhecendo-se até hoje o autor, o tema e a motivação das ilustrações. Nem sequer se conhece o idioma escrito, embora existam várias hipóteses. Sânscrito é uma delas, outra será uma língua oriental, talvez o indiano, ou mesmo o tâmil ou uma espécie de ensaio de língua universal semelhante ao esperanto. Outra das hipóteses é que o livro esteja escrito numa linguagem criptografada, em que nem os maiores especialistas norte-americanos em decifrar códigos militares foram capazes de a desvendar. Perante todos estes mistérios, sabe-se apenas a idade: graças ao teste do carbono 14, feito por uma equipa da Universidade do Arizona em 2011, a data de escritura desta obra situar-se-ia entre 1404 e 1438. Agora, os editores da Siloé preparam-se para clonar um dos maiores mistérios do universo dos livros e da edição.