Por aqui começamos a divulgar os maiores lançamentos de videojogos que começam a animar a época natalícia sempre recheada com alguns dos títulos mais aguardados do ano para as diversas plataformas.
Call of Duty: Black Ops III
(PS3, PS4, Xbox One, Xbox 360, PC, Activision/Ecogames, class: 18)
https://www.youtube.com/watch?v=0RzlYSMBGyE
Ao final de cada ano, grande parte da comunidade gamer limpa as suas armas e aguarda a chegada de uma nova edição de Call of Duty. Um pouco, de resto, como sucede com as franchises futebolísticas. Black Ops III mantém-se suculento no nível muito elevado do combate mais realista, ao mesmo tempo que não descura todas as possibilidades futuristas, ainda que deixe cada vez mais a desejar no número de vezes que nos motiva um “uau!” espontâneo. Será que os sócios da Treyarch e Activision já não se sentem pressionados para ‘puxar’ pelos criadores que vão acrescentando algarismos às suas contas bancárias? Será excessivo pedir mais? Mesmo a um jogo que dá uma tão completa satisfação de ânsia belicista e assegura a longevidade do produto com as enésimas possibilidades – do interminável desafio multiplayer, do insuperável modo zombie, dos múltiplos extras. Ah, sim, existe um modo campanha, que costumava ser o motivo da compra. A resposta é “sim”. Claro que pode. Por isso, algo nos diz que teremos CoD durante muitos anos. Como produto premium que é, vai gerindo as edições com ligeiros melhoramentos gráficos, introduzindo pequenas nuances. O suficiente para desejar uma nova versão – um pouco como faz o gigante das telecomunicações com o logótipo de uma maçã dentada…
Quem tem seguido desde o início a saga Black Ops vibrou com o desenvolvimento de uma narrativa empolgante, bem como com as possibilidades da versão multijogador da versão Black Ops II. Assume agora o interesse pela ideia de uma fusão entre soldado e máquina, como que uma evolução kitada do ser humano a envergar peças de titânio, adereços de armamento, etc. Tudo graças ao investimento sempre generoso da indústria de armamento.
O que dizer, por exemplo, da possibilidade de um novo sistema de movimento que permite correr pela parede, subir superfícies, saltar em altitude conferindo uma fluidez sem precedentes? Nada mau. Tudo isto envolto nos ambiente gráficos mais deslumbrantes que a PS4 nos soube mostrar. Outra novidade diz respeito aos ‘specialists’, a uma nova elite de agentes equipados com power weapons e uma habilidade especial: desde logo, Ruin apresenta os letais gravity spikes, provocando uma onda de choque quando batem no solo, bem como o arco e flechas explosivas do Outrider, o disparo eléctrico do Prophet ou o o lançador de granadas da Battery.
Já se sabe que Black Ops significa também a possibilidade de abater zombies. Aqui com os mapas de Shadow of Evil, uma espécie de versão film noir com um muito adequado tom jazzy lânguido a reforçar a nota; nem falta mesmo a pin up, em trajes menores, mas com intenções pouco recomendáveis. Um modo de jogo que já se afirma com autonomia e que assume o fascínio (e o vício) do ensaio e erro pavloviano.
Ah sim, temos ainda o tradicional modo Campanha. Mas é também aqui que a coisa está mais tremida. É que depois do fascínio assumido de conduzir drones, usar armamento incrível, ao fim de algumas horas podemos começar a sentira falta de um desenvolvimento narrativo para nos despertar de uma certa sonolência. É claro que a ideia inicial de um desenvolvimento cibernético entre homem, arma e máquina não deixa de ser atraente, mas serve apenas de justificação, sem explicação.
Em suma, Call of Duty: Black Ops III continua a ser um produto dificilmente prescindível aos entusiastas do gatilho rápido. Embora sofra das limitações próprias de uma franchise multi-milionária como a da Activision. Ainda assim, com várias dezenas de horas garantidas até que se desenhe no horizonte uma nova edição.
A nossa Opinião (de * a *****)
Call of Duty: Black Ops III ****