Diário
Director

Independente
João de Sousa

Domingo, Novembro 3, 2024

Votar na esquerda!

Só há uma forma de segurar a esquerda no Parlamento. Votar na esquerda!

Nunca o voto útil foi tão necessário quanto o é nas próximas eleições legislativas num tempo em que o eleitorado se tornou volátil e, facilmente influenciável, por acontecimentos avulsos manipulados; atos políticos distorcidos; comportamento político inadequado ao socialmente conveniente e ou correto; entre outros, numa sociedade inconstante, mais atreita à hipocrisia da aparência do que propriamente a percepcionar as suas dificuldades quotidianas e combate-las no espaço político usando a única arma que tem em democracia: o voto.

O voto foi permitido em Portugal graças ao trabalho e luta constante da esquerda política de então que conseguiu fazer uma revolução em 1974 num tempo de difícil execução uma vez que a ascensão do modelo social em torno de interesses económicos e de segmentação social eram o mote de forma a que a submissão dos mais pobres fosse eficaz no objetivo de manter de fora da discussão política todos aqueles que com eles se identificavam na luta quotidiana contra a fome e, por condições básicas, mas elementares, de vida.

Após esse facto, a instalação da democracia em Portugal, a aposta política na reforma do modelo educativo de forma a preparar as populações para a vida e atitude política em democracia, nunca aconteceu, condição que permitiu à direita política continuar a manter os mesmos privilégios mesmo em confronto com a nova realidade provocada pela livre concorrência – uma exigência do modelo económico capitalista – o que trouxe para o seio social uma relação de trabalho de dispensa do operariado face à robotização mas também dos trabalhadores intermédios na cadeia hierárquica da organização industrial e dos trabalhadores dos serviços, face à automatização dos procedimentos por via informática e, do nivelamento salarial tendo em conta a formação profissional média já de nível académico que o tratado de Bolonha impôs sendo que, mesmo com os bacharelados, a formação de centrou naquilo que são os interesses do mercado de trabalho disponível e, pouco mais. Nomeadamente naquilo que toca ao conhecimento em geral no domínio da cultura geral.

Há uma parte significativa de licenciados e outros que não sabem quem é o presidente da Assembleia de Freguesia ou da junta da sua freguesia, do seu Município e Assembleia Municipal inclusive da Assembleia da República e muito menos sabem quais são os modelos de organização política, económica e social que vigoram nos diversos Países da Europa…

A filosofia foi reduzida a sumários e a introdução à política desapareceu.

Temos por isso um nicho de iluminados que sabem de tudo sem saber de nada a não ser o resultado de pesquisas no dr. Google mas que controlam os corredores da informação e da formatação massiva dos procedimentos individuais em sociedade, numa vã tentativa de médio prazo parar e reverter aquilo que é o avanço da História das civilizações.

Acontece que, dessa História, faz parte a democracia cujo suporte é a liberdade em todas as suas valências nomeadamente a de expressão tenha a forma que tiver que é coisa com a qual a direita política sempre lidou demasiado mal e, que, porventura, para cautelas futuras, até já pré anunciou intenção de rever, ou revolucionar…, a educação, ou… o modelo educativo, se o seu partido politico mais representativo – o PPD/PSD – ganhar as próximas eleições legislativas. Intenção proferida pelo presidente do citado partido após a sua reeleição ultimo congresso do citado partido.

É um conjunto de intenções obtusas no atual contexto da evolução das civilizações, entre outras vontades de retrocesso social e politico com incisão direta na vida das famílias que  vão a votos em 30 de janeiro em Portugal a que acresce o perigo da castração da liberdade intelectual de cada indivíduo.

Em Portugal, o cidadão, vai usar a única forma política que tem de opção pelo regime que pretende para a sua Nação: o voto.

Em Portugal, um País em rotura social, política e económica, imposta por um Governo de direita e que, em 2015 o seu povo estancou por via democrática em resposta à situação dramática em que vivia, a solução política que continua a ter para defesa intransigente dos seus direitos inalienáveis e manter todas as conquistas entretanto conseguidas é voltar a votar na esquerda!

Votar na esquerda, como forma de aprofundar a garantia de continuidade na melhoria contínua das suas condições de vida mas também, como forma de garantia de que o Serviço Nacional de Saúde estará capaz de continuar a conter a pandemia em curso e a sua nova variante Omicron que sabemos a direita política não responder cabalmente como acontece em Países onde a saúde é um negócio pela via do lucro e que, a “diabolização” do Estado enquanto garante da estrutura económica e social do País não é a solução mais conveniente para o todo coletivo.

A direita política também não convive bem com a justiça como sendo um direito de todos e, talvez também por isso, já tenha anunciado ter intenção em mexer nos apoios sociais sem clarificar quais.

As promessas feitas visam todas a promoção da sua reestruturação na senda do aumento das assimetrias sociais que quanto mais cavadas forem mais a perpetuam no poder.

Por isso o voto consciente deve ser um voto na esquerda.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -