O candidato a candidato presidencial norte-americano Donald Trump ameaçou um “vou-te à cara” a outro candidato a candidato: Bernard Sanders, do partido concorrente. As eleições norte-americanas são essenciais para o mundo inteiro, porque o poder económico e, sobretudo, militar, dos Estados Unidos, são ainda preponderantes em todo o planeta.
Donald Trump concorre a candidato nas primárias do partido Republicano, de uma direita desmedida, conservadora, religiosa, que se opõe à maioria dos valores tradicionais europeus. Já Sanders candidata-se pelos Democratas, que é um saco de gatos onde cabem pessoas do CDS, PSD, PS e Bloco de Esquerda. É uma união nacional soft. Sanders afirma-se como socialista democrático, isto é, um Jorge Sampaio.
Os comícios de Trump têm corrido mal. Dezenas de pessoas, com cartazes de Sanders, invadem os espaços onde o candidato discursa e só não lhe chamam “pai”. Trump tem dito tudo o que é inimaginável: que quer fazer um muro entre o México e os EUA, que vai expulsar todos os muçulmanos – enfim, só asneiras.
Ontem, depois de mais umas escaramuças, Trump ameaçou Sanders através do twitter: “Tem cuidado, Bernie, ou os meus apoiantes ainda vão aos teus (comícios)”. O perigo é real. Trump promete pagar as despesas legais dos seus apoiantes que enfiem umas murraças nas ventas dos protestantes e opositores.
É um produto acabado da cachimónia avariada pelos milhões de dólares e o pesadelo americano: com dinheiro, quero, posso e mando.
Obama, o presidente em fim de mandato, veio pedir calma. Mas Trump não ouve ninguém. O magnata que apresentava o programa de televisão “O Aprendiz” está à frente nas primárias dos Republicanos e é bem capaz, se esta terça-feira conseguir vencer na Florida e no Ohio, tornar-se o candidato oficial.
O ataque a Sanders é ainda mais impiedoso: este é o único que demonstra poder bater Trump na corrida eleitoral, sem margens de erro. Está, em média, dez a quinze pontos à frente, contra os cinco ou seis que Hillary consegue. Na verdade, Trump sabe bem que fragiliza Sanders com este ataque e, assim, segura a sua amiga Clinton para a nomeação democrata.
Um nojo e um perigo.
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