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Sábado, Novembro 2, 2024

Washintgton Post prova que a vitória de Morales na Bolívia foi legítima

M. Azancot de Menezes
M. Azancot de Menezes
PhD em Educação / Universidade de Lisboa. Timor-Leste

Uma análise realizada por John Curiel e Jack Williams publicada ontem no Jornal Washintgton Post demonstra que Evo Morales ganhou as eleições de forma justa. A “fraude” eleitoral defendida pela OEA, fica agora provado cientificamente, foi a vergonhosa justificação para o golpe de Estado na Bolívia.

O Jornal Tornado, em diversos momentos, denunciou as acções conducentes ao golpe de Estado na Bolívia, com o apoio do exterior.

Após Evo Morales ter ganho as eleições de Outubro de 2019, rapidamente, a Organização dos Estados Americanos (OEA), com o apoio dos EUA de Trump e do Brasil de Bolsonaro, e também de forma mais subtil da União Europeia, acusaram Evo Morales de ter ganho as eleições de forma fraudulenta.

Como se não bastasse terem apoiado o golpe de Estado na Bolívia, na sequência dos planos em curso para a realização de novas eleições sem Morales, foi emitido um mandado totalmente ilegal contra o presidente legítimo da Bolívia, acusando-o de actividades terroristas.

Todas essas tristes acções e planos nada mais foram que um pretexto para a instalação de uma ditadura que originou prisões, mortes e perseguições políticas aos dirigentes do MAS (Movimento ao Socialismo) e para afastar Evo Morales da corrida eleitoral.

Cientistas do MIT demonstram que não houve fraude eleitoral

As evidências apresentadas ontem, dia 27 de Fevereiro, pelo Jornal Washintgton Post, com o título «Bolivia dismissed its October elections as fraudulent. Our research found no reason to suspect fraud», baseiam-se num estudo estatístico realizado por John Curiel, um cientista do Laboratório de Ciência e Dados Eleitorais do célebre Massachusetts Institute of Technology (MIT), um académico doutorado em Ciências Políticas, e também pelo seu colega Jack Williams.

Na opinião dos pesquisadores ficou demonstrado que “não parece haver diferença estatística significativa antes e depois da interrupção da votação preliminar”.

Pelo contrário, segundo os académicos, apontando o dedo à OEA, afirmam não haver evidências de fraude eleitoral e que “o mais provável é Evo Morales ter ultrapassado a margem dos 10 pontos percentuais logo na 1.ª volta das eleições”.

É de notar que já diversas organizações, nomeadamente o Center for Economic and Policy Research (CEPR), sediado em Washington, DC, tinham analisado o processo eleitoral na Bolívia e já tinham afirmado que os resultados eleitorais que deram a vitória a Morales eram legítimos.

O CEPR inclui como membros personalidades conhecidas, como J. Stiglitz e R. Solow (Prémio Nobel de Ciências Económicas).

Agora, até para os mais cépticos, é possível constatar também com fundamentação científica, a história inventada da fraude eleitoral foi tudo uma encenação bem preparada com o objectivo de eliminar Evo Morales e instalar-se de forma despudorada e inqualificável uma ditadura neoliberal na Bolívia.


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