Para o presidente da Conferência de Segurança de Munique, Wolfgang Ischinger, com a saída dos EUA do Tratado INF, sobre mísseis de alcance intermediário, a Europa passaria a ser a primeira região ameaçada por novos mísseis nucleares, tornando-se um alvo fácil.A confiança que havia entre o Ocidente e Oriente foi “perdida”, gerando grande ameaça para todo o planeta, destaca.
Caso a decisão dos EUA seja realmente cumprida, a Europa seria a primeira região a ser colocada em perigo. Reforçando a afirmação ao jornal Augsburger Allgemeine, Ischinger ressaltou que: a atual situação é a mais perigosa desde o fim da Guerra Fria”.
Ischinger entende que a Europa passou a ser apenas um “brinquedo” nas mãos de atores estrangeiros, considerando a situação “lamentável”. Com relação ao tratado INF, o diplomata assinalou que a Europa não deve poupar esforços para solicitar aos líderes da Rússia e dos EUA a permanecerem ou renovarem o tratado.
No momento, a Europa se encontra em uma situação em que os países estão divididos, dificultando o consenso entre as partes.
Ischinger ressalta que o desenvolvimento das capacidades militares “é, sem dúvidas, importante” e que a principal ação seria melhorar as relações políticas e econômicas. Além disso, ele destacou que a “Rússia é uma potência militar”, sendo fundamental para a Europa manter o diálogo com Moscovo para que juntas possam resolver conflitos na Ucrânia e Síria.
Outro fator ressaltado pelo diplomata é que mesmo diante das sanções e outras situações desfavoráveis, a cooperação econômica entre Alemanha e Rússia está se fortalecendo, demonstrando o potencial de cooperação entre os dois países.
O Tratado INF, assinado por Washington e Moscovo em 1987, não tem data de expiração e proíbe as partes de ter mísseis balísticos terrestres ou mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Porém, em 20 de outubro deste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que seu país abandonaria o Tratado INF, alegando supostas violações do acordo pela Rússia, acrescentando que os EUA aumentariam suas capacidades nucleares.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial Brasil247 / Tornado
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